segunda-feira, 12 de setembro de 2016

As Olimpiadas Rio 2016 e os exemplos de superação

Diego Hipólyto fracassou nos Jogos de Pequim e Londres com tombos que arruinaram sua auto-estima. Enfrentou uma depressão, perdeu dez quilos, passou por um tratamento, teve seu técnico afastado da delegação brasileira semanas antes dos Jogos por acusação de assédio e, apesar de tudo isso - ou por tudo isso - alcançou seu objetivo no Rio.
Rafaela Silva era a típica criança em situação de risco, de família humilde, com muitas horas à toa nas ruas da Cidade de Deus, onde brigava por tudo contra todos. O Judô lhe ensinou obstinação e disciplina. Virou judoca de alto nível. Fracassou em Londres ao realizar um movimento não permitido durante uma luta. Foi execrada nas redes sociais com ofensas racistas. Superou o abatimento com a ajuda dos mais próximos. Apesar de tudo isso - ou por tudo isso - alcançou seu objetivo no Rio.
Michael Phelps já era um herói da natação quando perdeu o prumo, a motivação, a vontade de seguir em frente. Se aproximou das drogas e noitadas, deixou a barba crescer e não sabia o que fazer com a dor que o afligia nesta aposentadoria precoce. Enfrentou a depressão, e pensou em suicídio. Aceitou o tratamento, e elegeu novos desafios. Reaproximou-se do pai, teve um filho, preparou-se para sua última jornada olímpica onde esperava conquistar novas medalhas. Apesar de tudo isso - ou por tudo isso - alcançou seu objetivo no Rio.
Muitos atletas reunidos no Rio tem histórias tão lindas de superação quanto essas. A maioria sequer ganhou medalha, mas já conquistou algo ainda mais importante: a certeza de que é sempre possível dar a volta por cima.

Texto por André Trigueiro

domingo, 11 de setembro de 2016

Mural Reflexivo: O ELOGIO DA ABELHA

O ELOGIO DA ABELHA

   Grande mosca verde-azul, mostrando envaidecida as asas douradas pelo Sol, penetrou uma sala e encontrou uma abelha humilde a carregar pequena provisão de recursos para elaborar o mel.
   A mosca arrogante aproximou-se e falou, vaidosa:
   - Onde surges, todos fogem. Não te sentes indesejável? Teu aguilhão é terrível.
   - Sim - disse a abelha com desapontamento -, creia que sofro muitíssimo quando sou obrigada a interferir. Minha defesa é, quase sempre, também a minha morte.
   - Mas não podes viver com mais distinção e delicadeza? - tornou a mosca - porque ferroar, a torto e a direito?
   - Não, minha amiga - esclareceu a interlocutora - não é bem assim. Não sinto prazer em perturbar. Vivo tão somente para o trabalho que Deus me confiou, que representa benefício geral. E, quando alguém me impede a execução do dever, inquieto-me e sofro, perdendo, por vezes, a própria vida.
   - Creio, porém, que se tivesses modos diferentes... se polisses as asas para que brilhassem à claridade solar, se te vestisses em cores iguais às minhas, talvez não precisasses alarmar a ninguém. Pessoa alguma te recearia a intromissão.
   - Ah! não posso despender muito tempo em tal assunto - alegou a abelha criteriosa. O serviço não me permite a apresentação exterior muito primorosa, em todas as ocasiões. A produção de mel indispensável ao sustento de nossa colmeia, e necessária a muita gente, não me oferece ensejo a excessivos cuidados comigo mesma.
   - Repara! - disse-lhe a mosca, desdenhosa - tuas patas estão em lastimável estado...
   - Encontro-me em serviço - explicou-se a operária humildemente.
   Não! não! - protestou a outra - isto é monturo e relaxamento.
   E limpando caprichosamente as asas, a mosca recuou e aquietou-se, qual se estivesse em observação.
   Nesse instante, duas senhoras e uma criança penetraram o recinto e, notando a presença da abelha que buscava sair ao encontro de companheiras distantes, uma das matronas gritou, nervosa:
   - Cuidado! cuidado com a abelha! Fere sem piedade!...
   A pequenina trabalhadora alada dirigiu-se para o campo e a mosca soberba passou a exibir-se, voando despreocupada.
   - Que maravilha! - exclamou uma das senhoras.
   - Parece uma joia! - disse a outra.
   A mosca preguiçosa planou... planou... e, encaminhando-se para a copa, penetrou o guarda-comida, deitando varejeiras na massa dos pastéis e em pratos diversos que se preparavam para o dia seguinte. Acompanhou a criança, de maneira imperceptível, e pousou-lhe na cabeça, infeccionando certa região que se achava ligeiramente ferida.
   Decorridas algumas horas, sobravam preocupações para toda a família.
   A encantadora mosca verde-azul deixara imundície e enfermidade por onde passara.
   Quantas vezes sucede isto mesmo, em plena vida?
   Há criaturas simples, operosas e leais, de trato menos agradável, à primeira vista, que, à maneira da abelha, sofrem sarcasmos e desapontamentos por bem cumprir a obrigação que lhes cabe, em favor de todos; e há muita gente de apresentação brilhante, quanto a mosca, e que, depois de seduzir-nos a atenção pela beleza da forma, nos deixa apenas as larvas da calúnia, da intriga, da maldade, da revolta e do desespero no pensamento.

    Pelo Espírito Neio Lucio. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

    Livro: Alvorada Cristã. Lição nº 20. Página 89.

sábado, 10 de setembro de 2016

Reflexão...


Mayse Braga - mensagem de valorização a vida


Setembro Amarelo: Falar é sempre a melhor opção - Pela Valorização da Vida

O Centro de Valorização da Vida desenvolve um trabalho para a prevenção do suicídio. Com sigilo absoluto, atende por telefone, e-mail, chat e Skype 24 horas todos os dias. Procure ajuda. Falar é sempre uma boa opção, clique aqui: Centro de Valorização da Vida

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sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão - A021 – Cap. 7 – Apontamentos Novos – Segunda Parte

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970

Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

A021 – Cap. 7 – Apontamentos Novos – Segunda Parte


Apontamentos novos

— E terá ela probabilidade de se refazer? — indaguei, interessado.
Sempre muito sereno, o interlocutor fitou-me com os seus olhos muito claros e brilhantes, e disse:
— Como você sabe, Miranda, a Lei é de Amor, sem dúvida; no entanto, também é de Justiça e de Misericórdia. Muito dependerá da menina Mariana. Falou-nos Dona Rosa que o esculápio diagnosticara tratar-se o seu problema de uma «crise histérica», deixando maliciosamente a suspeição de ser o problema de ordem sexual, que não tenho autoridade técnica do assunto para contestar. Acreditam os discípulos de Freud, que no sexo se encontram as explicações para quase todos os problemas que afligem o homem, na Terra. A comunhão afetiva, inegàvelmente, vazada na excelência do amor, consegue sublime intercâmbio de forças e energias de variada espécie que restauram, às vezes, as organizações físicas e psíquicas em desalinho, especialmente quando de tal intercâmbio resulta a bênção de filhos, pois que os inimigos espirituais quase sempre tomam a roupagem filial e renascem nos braços dos seus antigos adversários, libertando-os temporàriamente das perturbações que antes experimentavam — o que dá aos materialistas a falsa impressão de que o problema foi resolvido pela comunhão sexual calmante, por ignorarem, os que assim pensam, as leis das reencarnações, que são santificadoras portas de paz! — para surgirem outras implicações, mais tarde, que somente o amor, a abnegação, o perdão puro e a humildade, amparados na oração, podem eqüacionar. Confiemos que Mariana se liberte quanto antes da atual conjuntura e se possa preparar para o amanhã vitorioso. Há também um argumento que contraria a tese materialista que atribui ao sexo proezaz quase ilimitadas.
Não poucas vezes casais perfeitamente harmonizados e sexualmente tranquilos, descambam para lamentáveis desequilíbrios, os quais não se enquadram na apressada solução do uso do sexo, como moderador para o campo emocional.
Chegáramos ao local do transporte. Tomamos as conduções e rumamos em direção diversa.
Desde então, diariamente visitávamos a paciente que, lenta, porém seguramente, dava mostras de recomposição íntima. Dias houve mais graves, consequência natural dos encontros mantidos espiritualmente nas tarefas em desdobramento e de que ela não se dava conta ao retomar a lucidez orgânica.
Instruída cada dia nas lições ministradas por Petitinga, logo depois começou a andar e pôde, então, frequentar as sessões de estudos e passes dirigidas pelo amoroso seareiro de Jesus.
De quando em quando, acordava agitada, revendo-se em terras distantes, experimentando tormentosas agonias compreensíveis...
Petitinga, inteirado do processo de obsessão, conforme prosseguiam os serviços espirituais nas diversas reuniões especialmente convocadas por Saturnino para tal mister, quanto estávamos nós próprio, auxiliava a enferma, esclarecia, ministrava passes, orava, conclamava, otimista, aos serviços da esperança e do amor. Concitou-a vezes várias à aproximação afetiva com o Sr. Mateus que, sempre reservado, apresentava já alguns sintomas característicos da «psicose senil», ele que também estava menos azorragado pelas tenazes de Guilherme, ora em tratamento.
Graças às palestras edificantes do generoso expositor, o lar dos Soares se foi transformando, não totalmente, produzindo uma atmosfera de entendimento relativo, que resultava em bem geral.
O caminho a percorrer, no entanto, era ainda muito longo. Passaram-se apenas quatro semanas desde o choque entre filha e pai, quando tivera começo o serviço da desobsessão.
Na noite imediata ao encontro malogrado, Adalberto, refeito do problema gastrintestinal de que fora vítima, procurou informações sobre Mariana, vindo a saber por pessoa amiga de que esta se encontrava enferma. Solicitou, então, logo depois, permissão a Dona Rosa para visitar-lhe a filha, no que foi atendido pela generosa matrona, embora sem atinar com a razão que o levava a este impulso.
Sem compreender o que ocorrera, Adalberto não pôde ocultar a singular surpresa que o acolheu quando visitou Mariana. Desfeita, sem vitalidade, a jovem causou-lhe imediata compaixão. Fitando-a, em silêncio, repassou pela mente pouco afeita a cogitações mais elevadas os planos que animara até quase às vésperas, deixando-se arrastar por abençoado arrependimento. Vendo a sua quase vítima, indefesa, quase desfalecida, um sentimento novo de afeição começou a brotar no seu espírito, compreendendo a necessidade de imprimir diferente rumo às suas atitudes. A vida física, junto ao leito da namorada, lhe parecia tão rápida e enganosa! Agradecia a Deus, sem palavras, a enfermidade que o impossibilitara de ter ido ao encontro com a jovem, sem entender de como tudo fora estabelecido pelos Emissários do Bem.
A partir daquela noite, passou a visitá-la com regularidade, sob a aquiescência materna, e, depois, por curiosidade e para ser gentil acompanhou-a às dissertações espíritas, revelando-se um admirador entusiasta do Espiritismo, e de Petitinga que lhe conquistara imediatamente a amizade.
Quando se encerravam as exposições doutrinárias, invariàvelmente Adalberto se acercava do venerando evangelizador e lhe apresentava, em forma de perguntas inteligentes, problemas que o afligiam intimamente, ou relacionava os informes espíritas com os fatos e angústias humanas, os dramas sociais, as enfermidades irreversíveis, nas quais milhões de seres se debatem e se desesperam, e para os quais a Ciência Médica na grande maioria dos casos se apresenta impotente.
As respostas serenas, lúcidas e lógicas, oferecidas por Petitinga, dealbavam para o moço horizontes de esperança, dantes jamais sonhados.
Mariana, conquanto muitas vezes permanecesse de semblante turbado por funda melancolia, invadida por macilenta palidez da face, registrava as lições novas nos refolhos dalma, com viva emoção. Vezes outras, enquanto recebia o recurso do passe, deixava-se dominar por choro convulsivo e desesperador, tomando um “facies” de desespero como se visões pavorosas lhe assomassem à mente, após o que caía em prostração.
Petitinga sempre interessado em ajudar-nos com esclarecimentos, diante da jovem adormecida, explicava:
— Essas crises procedem de visões por parte de Mariana dos seus perseguidores espirituais, pois que estes, amparados, não a inquietam no momento.
Ocorre que o próprio espírito, jugulado ao remorso por muitos anos antes de reencarnar, fixou vigorosamente na sede da memória perispiritual, que mais tarde se imprimiriam no cérebro, as cenas dolorosas que vivera no Hospício do Haarlen, conforme narrara ela mesma quando desdobrada pelo sono, no reencontro com Guilherme. O corpo é sempre para o espírito devedor — devedores que reconhecemos ser todos nós — sublime refúgio, portador da bênção do olvido momentâneo aos males que praticamos e cuja evocação, se nos viesse à Consciência de inopino, nos aniquilaria a esperança da redenção. Quando viciado por indisciplina da nossa vontade, ele envia aos recônditos do espírito os condicionamentos que se transformam em flagício, passando de uma reencarnação a outra, até que se depure, libertando os centros da vida das impressões vigorosas que os sulcaram. Na mesma ordem, os erros e os gravames praticados pelo espírito em processo evolutivo são transmitidos ao corpo que os integra na forma, assinalando nas células os impositivos da própria reparação, a se apresentarem como limitação, frustração, recalque, complexos da personalidade como outros problemas e enfermidades que são as mãos da Lei Divina reajustando o infrator à ordem. A semelhança de uma esponja, o corpo absorve as impressões que partem do espírito ou as elimina, como também se carrega da psicosfera ambiente e a envia ao íntimo, passando a viver-lhe as emanações. Abençoar, portanto, esse «doce jumentinho», como o chamava meigamente Francisco, o Santo de Assis, com disciplina e educação, é dever que a todos nos devemos impor a benefício próprio e que não podemos postergar.
Diante das ínformações doutrinárias oferecidas pelo preclaro Benfeitor Petitinga, quedávamo-nos comovidos, buscando pesar, cada vez mais, as responsabilidades que nos competem na condução da organização física, lamentàvelmente tão pouco aproveitada pela imensa maioria das criaturas humanas.
Enquanto se desenvolviam os labores socorristas a Guilherme e simultaneamente a Mariana, os implicados mais diretamente nas malhas do sofrimento redentor, ela apresentava sinais de reequilíbrio, enquanto registrávamos os benefícios que a todos nós alcançavam, graças à aplicação da caridade fraternal.


QUESTÕES PARA ESTUDO

1 – O instrutor Petitinga afirma que, apesar dos avanços da Medicina, ela ainda é incapaz de solucionar uma série de enfermidades psíquicas. O que lhe falta? E quais recursos o Espiritismo dispõem para auxiliar no progresso do tratamento das doenças psíquicas?


2 – Quais atividades foram desenvolvidas pela equipe de desobsessão, especialmente, Petitinga, para o tratamento de Mariana?


3 – Como Adalberto colaborou para a recuperação de Mariana e para o próprio despertamento?


Bom estudo a todos!!


Equipe Manoel Philomeno

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Mãe e filho enfrentam a Justiça com história de amor proibido que provoca polêmica na web

Mãe e filho enfrentam a Justiça com história de amor proibido que provoca polêmica na web

Veja São Paulo


Uma história polêmica noticiada pelo tabloide inglês Daily Mail vem provocando controvérsia na internet por tocar em um tabu dos mais incômodos: o incesto. No caso específico, uma história de amor proibido entre uma mãe de 36 anos e o filho que ela deu para adoção quando bebê e só conheceu recentemente, com 18 anos de idade. Os dois podem ser presos se decidirem manter a relação.
Se culpados de prática de incesto em um julgamento no Novo México (Estados Unidos), Monica Mares, 36 anos, e seu filho Caleb Paterson, 19, podem pegar pena de 18 meses de prisão. Eles afirmaram que brigarão pelo direito de manter o relacionamento e que “arriscarão tudo” por esse objetivo.
“Ele é o amor da minha vida e não quero perdê-lo. Meus filhos o amam, minha família inteira também. Nada pode nos separar”, disse Monica, ao jornal. “Se eu for presa, cumprirei a pena e, ao sair da prisão, nós nos mudaremos para um estado que aceite nossa união”, disse. Incesto é considerado crime em cinquenta estados americanos, mas a pena varia de lugar a lugar.
Mãe de nove crianças, Monica chegou a dizer que, se tivesse que escolher entre os filhos e o namorado, ficaria com ele.
Atualmente, o casal vive em casas separadas em Clovis, no Novo México, e estão proibidos de manter contato um com o outro. O caso começou no fim do ano passado. Monica tinha apenas 16 anos quando deu a luz a Caleb, que foi adotado quando bebê.
A mulher viu o filho pela primeira vez quando ele tinha 18 anos, no Natal, depois de terem entrado em contato via Facebook. Rapidamente, eles se apaixonaram e mantiveram relações sexuais. “Foi amor à primeira vista“, ela diz. “Depois dos primeiros encontros, abri o jogo e disse a ele que estava começando a me apaixonar. Ele disse que também estava, mas tinha medo”, conta. “Mas você sairia num encontro romântico com sua mãe?”, ela perguntou. E ele acabou aceitando o convite.
Os dois começaram a viver juntos e um dos filhos pequenos de Monica começou até a chamar Caleb de pai, mas a polícia foi chamada quando um dos vizinhos, após uma briga, decidiu denunciá-los. Eles foram acusados de incesto, soltos após pagamento de fiança e aguardam julgamento.
Caleb também afirma estar apaixonado. “Nunca tive ninguém que cozinhasse para mim, que me desse tanto carinho. Ela chegou e me deu tudo isso. Me apaixonei”, disse. “Nunca vi essa mulher como minha mãe. É outro sentimento”, resumiu. “Nunca imaginei que poderia haver algum empecilho à relação. Somos dois adultos. Temos direito a tomar decisões”, afirmou.
Segundo advogados, o resultado do caso, se favorável ao casal, pode abrir um precedente legal nos Estados Unidos. O casal afirmou que, se preciso, pretende recorrer à Suprema Corte para ficar juntos.
Notícia publicada no MSN Notícias, em 10 de agosto de 2016.

Jorge Hessen* comenta
Conta a mitologia grega que Jocasta foi filha de Menocenes e mulher de Laio, rei de Tebas, com quem teve um filho, Édipo. Pela previsão do oráculo, Édipo, quando crescesse, seria um perigo para a vida de Laio. Abandonado, Édipo foi deixado pelo pai numa floresta para morrer. Sendo salvo por um pastor, acaba por cumprir o que lhe estava destinado. Já adulto, numa viagem, mata Laio, o seu pai, e desposa Jocasta, a sua mãe, sem, no entanto, saber de quem se tratam. Quando da consulta do oráculo, por ocasião de uma peste, Jocasta e Édipo descobrem que são mãe e filho. Ela suicida-se e ele fura os próprios olhos por ter estado cego e não ter reconhecido a própria mãe. Édipo e Jocasta tiveram 4 filhos, Antígona, Ismênia, Etéocles e Polinice.
Em alguns países, mormente os islâmicos, a pena de morte é prescrita para os casos de incesto.
A aberração da prática sexual, quando somente visa a satisfação egoística, imediata e desvairada, cede lugar a patologias graves como a pedofilia, o incesto, o masoquismo, o sadismo, a necrofilia, a prostituição, a pederastia e a outras anomalias psicológicas e psiquiátricas que rebaixam o ser humano.
A obscuridade da consciência medieval e as torturas íntimas camufladas de muitos teólogos mediévicos apontaram que a sexualidade se tratava de uma função “impura”, “suja” e “repreensível”, como se Deus houvesse escolhido um meio funesto para a reprodução da vida na Terra. Atualmente muitos seres humanos sofrem diversos tipos de aflições morais, amiúde derivadas da má condução da sexualidade e dos antigos temores que deram lugar a mitos, ignorância e fobias. Em face disso, merece que seja examinada a nobreza da prática sexual, porquanto ela é a matriz da continuidade da vida biológica.
Historicamente o incesto e a endogamia não se restringiram às tradicionais monarquias europeias. Exemplos são encontrados no Egito antigo, onde havia casamentos entre irmãos. No Pamir era normal o faraó casar-se com suas irmãs para manter o poder entre eles. Cleópatra casou-se com dois irmãos consanguíneos. Em Roma, ocorriam enlaces entre primos, caso de Nero e Claudia Octavia. O imperador Calígula era amante das suas 3 irmãs. Há indícios de que os incas na América do Sul também casavam irmãos e irmãs.
Naturalmente, perante as leis humanas e de civilidade, é preciso manter a observância às normas e regras, que nos diferem dos seres irracionais. Ora, do ponto de vista biológico, a sexualidade é uma sublime seiva para manter a vida em padrões de estabilização e de encanto, proporcionando, quando o seu uso é ético e equilibrado, contentamento e completude nos relacionamentos.
Doutrinariamente discorrendo sobre o assunto recordemos que há espíritos que ainda não conseguiram superar as viciações sexuais do passado que entorpecem a consciência. Há os casos obsessivos gravíssimos. Citamos aqui o caso do personagem Cláudio, narrado por André Luiz no livro Sexo e Destino.(1) Cláudio concretizou uma relação incestuosa com a própria filha Marita, recebendo influência direta dos obsessores.
Observemos que pela lei da pluralidade das existências muitos pais e filhos, irmãs e irmãos, primos e primas, os tios e tias, etc, etc, etc, podem ter sido “amantes” nas vidas passadas. Alguns não superaram essa experiência e, sendo assim, não conseguem ainda modificar a posição psíquica e emocional que ocupam na atual existência. Por vezes culminam por praticarem o vil incesto que representa invariavelmente um arrepiador estacionamento moral do espírito reencarnado.
Conta Emmanuel que no fundo da personalidade paterna ou do maternal coração “descansam os remanescentes de grandes afeições, às vezes desequilibradas e menos felizes, trazidos de outras estâncias, nos domínios da reencarnação. A libido ou o instinto sexual na forma de energia psíquica, tendente à conservação da vida, permanece. Os pequeninos, porém, recém-vindos da amnésia natural que a reencarnação lhes impõe, não conseguem esconder as próprias disposições no campo das preferências. E surgem neles, de inopino quase sempre, as inclinações descontroladas, nos caprichos com que se mostram, exigindo especial atenção de pai ou mãe a revelarem, de modo claro para que rumo se lhes dirigem os laços mais fortes. Geralmente, com muitas exceções, aliás, as filhas se voltam para os pais e os filhos para as mães, patenteando a natureza das ligações havidas em existências passadas e prenunciando a obra de desvinculação [ante a lei da natureza] que se executará, inevitável, no futuro próximo."(2)
Deus não extermina as paixões dos homens, mas fá-las evoluir, convertendo-as pela dor em sagrados patrimônios da alma, competindo às criaturas dominar o coração, guiar os impulsos, orientar as tendências, na evolução sublime dos seus sentimentos.
Recorramos às reflexões do nobre Espírito Emmanuel: "Diante de toda e qualquer desarmonia do mundo afetivo, seja com quem for e como for, coloquemo-nos, em pensamento, no lugar dos acusados, analisando as nossas tendências mais íntimas e, após verificarmos se estamos em condições de censurar alguém, escutemos no âmago da consciência, o apelo inolvidável do Cristo: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".(3)

Notas e referências bibliográficas:
(1) Xavier, Francisco Cândido. Sexo e Destino, ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed. FEB, 1999;
(2) Xavier, Francisco Cândido. Vida e sexo, Cap. 15, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000;
(3) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001.
* Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.