terça-feira, 18 de outubro de 2016

Revista Espírita - julho 1863 - As aparições simuladas no teatro.

REVISTA ESPIRITA
JORNAL
DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS
JULHO 1863

AS APARIÇÕES SIMULADAS NO TEATRO.

Uma vez que estamos no capítulo das imperícias, eis uma como já dela houve tanto; lamentamos fazê-la figurar ao lado da do casal Robin e Girroodd, mas é a analogia do resultado que a isso nos força. De resto, uma vez que os dignatários da Igreja não acreditaram abaixo deles patrocinar um prestidigitador contra o Espiritismo, não poderão se          escandalizar de encontrar um sermão neste capítulo.
Um de nossos correspondentes nos escreveu de Bordeaux:
"Caro mestre, acabo de receber uma carta de minha irmã, que habita a pequena cidade de B...; ela se desespera por não encontrar ninguém com quem possa conversar sobre o Espiritismo, quando os adversários de nossa cara Doutrina vieram tirá-la do embaraço. Algumas pessoas, tendo ouvido falar dele vagamente, acreditaram dever se dirigir aos Carmelitas para se informarem do que era; estes, não contentes de desviá-los dele, pregaram quatro sermões sobre o assunto, dos quais eis as principais conclusões:
"Os médiuns são possuídos do demônio; não agem senão com o objetivo de interesse, e não se servem de seu poder senão para fazer encontrar os tesouros escondidos ou os objetos preciosos que são perdidos, mas, ao contato de uma santa relíquia, vede-os se enrijecerem e se torcerem em horríveis convulsões.
"Os tempos preditos pelos evangelhos estão chegados; os médiuns não são outros senão os falsos profetas anunciados pelo Cristo; logo terão por chefe o Anticristo. Farão milagres e prodígios espantosos; por esse meio ganharão para a sua causa os três quartos da população do globo, o que será o sinal do fim dos tempos, porque Jesus descerá sobre uma nuvem celeste e, de um só sopro, precipitar-los-á nas chamas eternas."
"Disso resultou que toda a cidade ficou emocionada; por toda parte se fala do Espiritismo; não se contenta com a explicação do padre, quer se saber mais, e minha irmã, que não via ninguém, tem dias em que recebe mais de trinta visitas; ela envia sempre a O Livro dos Espíritos, que dentro em pouco, estará em todas as mãos, e muitos daqueles que o têm já se dizem que isso não se parece de todo com o quadro que dele fez o pregador, que dele disse mesmo tudo ao contrário; também contamos agora com vários adeptos sérios, graças a esses sermões, sem os quais o Espiritismo não teria penetrado, há muito tempo, nessas regiões recuadas."
Não tínhamos razão de dizer que é ainda uma imperícia e teremos razão de querer que os adversários trabalhem tão bem por nós? Mas não é a última; esperamos a maior de todas, que coroará a obra. Há um ano cometendo, uma delas muito grave, que nos guardamos de revelar, porque é preciso que vá até o fim, mas da qual se verão um dia as conseqüências. Há mais ou menos dois anos, perguntávamos a um de nossos guias espirituais por que meio o Espiritismo poderia penetrar nos campos. Responderam-nos: "Pelos curas. - Perg. Será isso voluntariamente ou involuntariamente de sua parte? - R. Invo-luntariamente no início; voluntariamente mais tarde. Dentro em pouco farão uma propaganda da qual não podeis prever a importância. Não vos inquieteis nada e deixai fazer: os Espíritos velam sabem o que é preciso."
A primeira parte da predição, como se vê, cumpriu-se não se pode melhor. De resto, todas as fases por onde passa o Espiritismo nos foram anunciadas, todas as que devem percorrer ainda, até seu estabelecimento definitivo, no-lo são igualmente, e cada dia se verifica o acontecimento.
É em vão que procuram dissuadir do Espiritismo apresentando-o sob cores assustadoras. O efeito, como se vê, é todo outro do que aquele que se espera; para dez pessoas desviadas, há cem delas reunidas. Isso prova que ele tem, por si mesmo, um irresistível atrativo, sem falar daquele do fruto proibido. Isso nos traz à memória a pequena historieta seguinte:
Um proprietário, um dia, fez vir à sua casa um tonel de excelente vinho; mas, como temia a infidelidade de seus servidores, colocou esta etiqueta em grandes caracteres:Horrível vinagre. Ora, o tonel deixando escapar algumas gotas, um deles teve a curiosidade de degustá-lo na ponta do dedo, e achou que o vinagre era bom. Foi dito de um para o outro, se bem que, cada um vindo ali haurir, ao cabo de algum tempo o tonel se           encontrava vazio. Como o proprietário dava às suas pessoas vinho ordinário para beber, diziam entre si: "Isto não vale o horrível vinagre."
Será bom dizer que o Espiritismo é do vinagre, não se fará senão àqueles que o degustaram não o achando doce; ora, aqueles que dele terão gostado o dirão aos outros, e todos quererão dele beber.
 Enviado por: "Joel Silva" 

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão - CONCLUSÃO - A022 – Cap. 8 – Processos Obsessivos – Primeira Parte


Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970
Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

A022 – Cap. 8 – Processos Obsessivos – Primeira Parte
CONCLUSÃO

1)     O que fazia Marta para sofrer o assédio dos Espíritos viciosos?
Marta comercializava sua mediunidade e com isso, mantinha intercâmbio com espíritos ainda viciosos que lhe prejudicavam.
Neste processo obsessivo, sua mediundade era utilizada para satisfação de curiosidades, interesses materiais, financeiros, etc. Ou seja, sem uma finalidade útil de elevação moral, conforme nos apresenta a Doutrina Espírita.
2)     Marta estava consciente do processo obsessivo que vivenciava? Por quê?
Marta era médium ostensiva e sabia do intercâmbio que mantinha com Espíritos encarnados ainda interessados somente em questões de ordem material.
Muitas vezes, as pessoas que comercializam a mediunidade podem não ter amplo conhecimento sobre as consequências do mau uso da mediunidade.
Neste caso, Marta além de ser médium ostensiva, conheceu primeiramente o serviço mediúnico na União Espírita Baiana.
3)     Os obsessores de Marta conseguem prejudicar o lar e influenciar outros familiares?
Dona Rosa até sentia as vibrações ruins que eram trazidas por sua filha, mas por cultivar uma vida digna e a oração sincera, conseguia anular essas vibrações grosseiras e receber a assistência dos bons Espírito para toda família.
4)     O que pode ser feito para auxiliar Marta?
Para auxiliar Marta a família pode cultivar o Culto do Evangelho no Lar, realizar preces por ela e também procurar esclarecê-la sobre os prejuízos que poderão acontecer com a comercialização da mediunidade. O estudo da Doutrina Espírita poderá ser de grande utilidade.


Um abraço a todos!
Equipe Manoel Philomeno

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Praticar a Caridade e cumprir o mandamento de Amor ao Próximo


Praticar a Caridade e cumprir o mandamento de Amor ao Próximo
 

Livro: O Homem Novo
Herculano Pires

 

Conhece-se a árvore pelos frutos — O conceito cristão de Deus — A pele de ovelha e a pele humana.

O conceito fundamental do Cristianismo é o da paternidade universal de Deus. Por isso é que Deus é único. Os muitos deuses da antiguidade, que dividiam ferozmente os homens, perdem o domínio do mundo, quando Jesus pronuncia a palavra Pai, Até mesmo Jeová, o deus dos exércitos, deixa o seu lugar ao Deus de Amor do Cristianismo. Os privilégios e divisionismos não têm mais razão de ser, diante da parábola do Bom Samaritano e do ensino de Jesus à mulher samaritana.

O Espiritismo, surgindo na Terra em cumprimento à promessa do Consolador, para restabelecer a pureza do ensino de Jesus, restabelece o conceito cristão de Deus como Pai. Por isso Kardec ensinou, em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", que o nosso lema deve ser: "Fora da caridade não há salvação". A bandeira sectarista das religiões apegadas ao velho exclusivismo é substituída pela bandeira cristã do "amai-vos uns aos outros".

Kardec chega mesmo a esclarecer que não devemos dizer: "Fora da verdade não há salvação", porque cada qual interpretando a verdade a seu modo, esse lema serviria para perpetuar na Terra as lutas religiosas, que são a própria negação da religião. A caridade, pelo contrário, a todos une e a ninguém condena, como ensinou o apóstolo Paulo.

Lemos, entretanto, num pequeno e agressivo artigo contra o Espiritismo, esta curiosa afirmação: "A pele de ovelha do espírita é a caridade. Fazer o bem e praticar a caridade." O articulista entende que os espíritas fazem a caridade para perder as almas. São instrumentos do demônio, mas usam as armas do amor. Se ao menos fingissem que fazem a caridade, ainda se compreenderia. Mas não. Em vez de fingir, praticam mesmo a caridade e fazem o bem. E nisso está o seu terrível disfarce. Tanto mais terrível, quanto Jesus ensinou que só podemos conhecer a árvore pelos frutos.

A preocupação do articulista transparece logo mais, quando ele acrescenta que os espíritas usam nomes de santos nos Centros, expõem imagens e fazem orações, para enganar os incautos. Quer dizer que tudo isso só teria uma finalidade: afastar os filhos de Deus do verdadeiro caminho. Acontece, porém, que os espíritas, ao darem nomes de santos a alguns Centros, têm apenas o propósito de homenagear espíritos elevados, que são conhecidos como santos.
 

Por exemplo: Santo Agostinho e São Luiz deram comunicações a Kardec, que figuram em "O Evangelho Segundo o Espiritismo". Por que usaram o título de santo? Porque assim são conhecidos e só assim podiam identificar-se. E somente por isso. Não obstante, os organismos dirigentes do movimento espírita são contrários a essas denominações para Centros, justamente para evitar-se a confusão em matéria de princípios religiosos.

Quanto ao uso de imagens, é puro engano. Espíritas não usam imagens, como os cristãos primitivos não usavam. As imagens só aparecem em agrupamentos espiritistas humildes, de gente sem instrução, apegadas à religião popular que lhe ensinaram na infância. Também no Cristianismo primitivo acontecia isso. Cristãos novos apegavam-se aos ídolos pagãos, por costume e falta de esclarecimento. Mas, na proporção em que o Espiritismo for sendo compreendido, essa gente humilde abandonará as imagens. O Espiritismo ensina que devemos adorar a Deus em espírito e verdade, segundo a lição de Jesus à mulher samaritana.
 
No tocante à oração, é claro que os espíritas devem fazê-las. Kardec chegou mesmo a publicar um livro de preces. Como acontecia no Cristianismo primitivo, os espíritas repetem a prece do Pai Nosso, ensinada por Jesus, e sabem que a oração é o meio de se elevarem a Deus e se comunicarem com os Bons Espíritos.
 
Não se trata, pois, de pele de ovelha, mas da própria pele humana. O homem é filho de Deus e deve dirigir-se a Ele. Kardec explica o sentimento religioso como lei natural, segundo vemos no capítulo sobre a "Lei da Adoração", em "O Livro dos Espíritos". O que acontece é que os espíritas aprenderam, no Evangelho, que devem orar de coração puro, sem nenhuma prevenção contra os seus irmãos. Porque Deus é Pai e todos são Seus filhos, seja qual for o caminho religioso que estejam seguindo.

Questão 212 – O homem sem grandes possibilidades intelectuais é sempre um homem medíocre?

Questão 212 – O homem sem grandes possibilidades intelectuais é sempre um homem medíocre?

 

      O conceito de mediocridade modifica-se no plano de nossas conquistas universalistas, depois das transições da morte.

      Aí no mundo, costumais enaltecer o escritor que enganou o público, o político que ultrajou o direito, o capitalista que se enriqueceu sem escrúpulos de consciência, colocados na galeria dos homens superiores. Exaltando-lhes os méritos individuais com elogios extravagantes, muitos falais em “mediocridade”, em “rebanho”, em “rotina”, em “personalidade superior”.

      Para nós, a virtude da resignação dos pais de família, criteriosos e abnegados, no extenso rebanho de atividades rotineiras da existência terrestre, não se compara em grandeza com os dotes de espírito do intelectual que gesticula desesperado de uma tribuna, sem qualquer edificação séria, ou que se emaranha em confusões palavrosas na esfera literária, sem a preocupação sincera de aprender com os exemplos da vida.

      O trabalhador que passa a vida inteira trabalhando ao Sol no cultivo da terra, fabricando o pão saboroso da vida, tem mais valor para Deus que os artistas de inteligência viciada, que outra coisa não fazem senão perturbar a marcha divina das suas leis.

      Vede, portanto, que a expressão de intelectualidade vale muito, mas não pode prescindir dos valores do sentimento em sua essência sublime, compreendendo-se afinal, que o “homem medíocre” não é o trabalhador das lides terrestres, amoroso de suas realizações do lar e do sagrado cumprimento de seus deveres, sobre cuja abnegação edificou-se a organização maravilhosa do patrimônio mundano.

 

(Do livro “O Consolador” – Emmanuel/Chico Xavier)

domingo, 16 de outubro de 2016

Artigo: Por que tanta violência?


POR QUE TANTA VIOLÊNCIA?


 

Há um aumento significativo da violência nos centros urbanos. Será que a Humanidade está passando por um retrocesso nos caminhos da evolução? Ninguém retrograda. Apenas revela-se, ou seja, mostra-se quem realmente é. A incidência maior dessas ocorrências decorre da reencarnação de multidões de Espíritos em estágios primários de evolução. Mas não devemos desanimar, porque neste século veio, através da reencarnação, uma grande equipe de espíritos missionários.
Há crimes chocantes, cometidos com requintes de perversidade. A que atribuir esse comportamento? À ausência do senso moral. São Espíritos ainda dominados por instintos, sem noção razoável do bem e do mal. Obedecem aos seus impulsos, roubando, matando e lesando sem nenhum constrangimento. Desconhecem o que seja sentir culpa ou remorso.
Podemos dizer, então, que parte da população é composta de Espíritos moralmente subdesenvolvidos? Sem dúvida.
A que o Espiritismo atribui o mundo de hoje, as confusões, guerras e outras coisas mais? A civilização cresceu muito na ordem horizontal do progresso, que é o progresso tecnológico. Mas esqueceu de crescer verticalidade, que são os valores ético-morais. Nesse crescimento avassalador muitos danos aparecem, e volumosamente.
Por que tantas pessoas acham necessário a volta do Cristo? Porque ainda não entendemos a mensagem por Ele vivida. Se houvéssemos entendido, não entraríamos em conflito com os nossos irmãos que estagiam nas diversas partes do mundo, membros da mesma família Universal. E na verdade, o retorno do Cristo, a Sua segunda vinda já ocorreu, através do Espírito de Verdade, conforme está escrito em o Evangelho de João, quando se refere ao Consolador, que para nós espíritas é a Doutrina Espírita.
Qual a solução que a Doutrina Espírita apresenta para a violência tão crescente nas cidades? A educação. O Espiritismo, essencialmente educativo, conclama-nos ao amor e à instrução que poderão formar uma nova mentalidade entre os homens. A violência é o fruto espúrio da ignorância humana. Remanescente da agressividade animal explode em a natureza graças às bases do egoísmo, o câncer moral que carcome o organismo social. O antídoto do egoísmo é o altruísmo (amor ao próximo, abnegação). Por consequência, a melhor maneira de tornar uma sociedade justa e altruísta é a educação das gerações novas. Sabendo que, através da educação, formaremos caracteres saudáveis, deveremos investir tudo nesta obra libertadora, que é uma das mais elevadas expressões da caridade.
Nesse quadro mundial de fome e miséria, o que o Espiritismo espera do Terceiro Milênio? Nós acreditamos que no 3º Milênio haverá uma grande transformação. As pessoas mais apressadas do nosso movimento acreditaram que no dia 1º de janeiro de 2000, os homens e mulheres estariam, todos, se abraçando, fraternalmente. Foi uma utopia. O processo de evolução é muito lento e costumamos dizer que, até o dia 31 de dezembro de 2999, ainda estaremos no 3º Milênio. Então, nós vemos que haverá um contínuo desenvolvimento do sofrimento até que o homem se dará conta de que este caminho não é o melhor, mas ele ainda não sabe, porque seu egoísmo não deixa. Do ponto de vista da reencarnação nós acreditamos que chegará o momento em que esses espíritos indiferentes e perversos já não encarnarão na Terra, irão para mundos inferiores. Então, o progresso se dará, naturalmente, porque, desaparecendo essas lideranças frias, os homens novos, no bom sentido da palavra, idealista e afáveis construirão uma sociedade mais justa porque compreenderão que a sua felicidade é a felicidade do próximo.
Então, a humanidade não está pior? Fomos criados para evoluir, nunca para retroceder. A Humanidade não está pior do que aquela de épocas recuadas. Ocorre que, com o crescimento demográfico, com a facilidade da Informática, dos meios de comunicação, nós recebemos informações maciças e muito expressivas, que nos dão uma ideia desagregadora do comportamento humano. Isto, porque, lamentavelmente, os valores positivos ainda não tem merecido muito destaque nas programações da televisão, das rádios, etc. O bem não causa impacto; infelizmente, a tragédia, sim. O amor sensibiliza por um pouco, mas o infortúnio deprime por muito tempo. Nunca houve no mundo tanta bondade como hoje. O mal aparente está, somente, numa minoria militante do desequilíbrio. Uma minoria que faz muito barulho. Mas, neste século veio uma grande equipe de espíritos missionários para ajudar.
Divaldo, você poderia dar-nos uma mensagem de paz e esperança com extensão a todos os nossos leitores? Nunca houve tanto amor na Terra, como hoje, embora as aparências informem o contrário. Jamais, na Terra, tantos se preocuparam com outros tantos, como agora. Os laboratórios de pesquisa, na área da saúde, estão repletos de missionários do amor, procurando debelar males que afligem centenas de milhões de indivíduos. Missionários da caridade e do conhecimento proliferam em todo lugar, conhecidos uns, anônimos outros, proclamando a excelência do Bem. Jamais houve tantos Organismos Internacionais preocupados com o bem das criaturas e da Humanidade, multiplicando-se, cada vez mais. A juventude, ainda aturdida pelo desequilíbrio dos adultos, caminha buscando afirmações e espaços para realizar-se. A promiscuidade e o despautério que nos visitam, chocam-nos, parece-me que são efeitos dos nossos atos anteriores de hipocrisia. Saturados de prazeres, logo mais, seremos convidados a uma revisão de conteúdo dos nossos anseios e voltaremos, algo arrebentados, ao equilíbrio e a buscas mais preciosas. Assim, confiemos no amor, amando a todos, indistintamente, mesmo aqueles que, por prazer mórbido e vitimados por psicopatologias que fingem ignorar, nos perseguem, caluniam, impossibilitados de superar-nos. Consideremo-los nossos irmãos necessitados e, sem revidar, espalhemos a simpatia, o otimismo e a esperança que dominarão a Terra, logo mais. Vale a pena confiar no Bem e vivê-lo, conforme a Doutrina Espírita: “Fora da caridade não há salvação”.
O que dizer às pessoas que estão sofrendo muito, em certos casos curtindo amargas provas cármicas que as induziram à desesperança? Tudo na vida é transitório, só o Espírito é eterno. No amor, no sofrimento edificante, entrosamo-nos com a obra da criação. O amor, sendo “hálito de Deus”, é a alma da vida e a vida da alma. Através dele iremos minimizar nossos padecimentos pela prática das diversas formas de caridade, pulverizando nossas dívidas acumuladas em vidas passadas. Tenhamos paciência para com tudo o que, apesar de nossos esforços, não pôde ou não pode ser edificado, conscientizando-nos, sempre mais, de que nossa vida não começou no berço e não findará no túmulo. Peçamos a Deus discernimento em nossas horas de turvação para que não agravemos nossos males. Aprendamos a ver na fé e no ato de conviver, harmoniosamente, com o próximo, principalmente com nossos familiares e consanguíneos, uma graça do amparo de Deus. O ato de servir ao nosso semelhante é, para o que serve, um privilégio ofertado pela Divina Providência. A estrada é estreita, larga deve ser a nossa fé. Reacendamos luzes de esperança nos recantos sombreados da alma. Vençamos o desespero com a prece e a vigilância, reparando mais nas coisas eternas que nas imediatas, convictos, sempre, de que não há, não pode haver, injustiça nas Oniscientes Leis Divinas.

((Respostas de Divaldo Franco e Richard Simonetti).Fonte: http://grupoallankardec.blogspot.com.br/2010/10/por-que-tanta-violencia.html)