terça-feira, 14 de abril de 2009

Notícia: Bullying preocupa pais e educadores

A agressividade dos estudantes é um problema cada vez mais comum nas escolas. Na maioria das vezes, essa violência não é física, mas aterroriza e amedronta os mais fracos e mais tímidos. - Ana Brito - São Paulo

As imagens gravadas no celular de um estudante mostram uma briga de alunos, numa escola em Curitiba. Cinco adolescentes com idades entre 12 e 14 anos brigam. Os colegas assistem e incentivam a confusão. É a manifestação extrema de um problema que qualquer aluno já viu de perto.

“Conheço duas meninas zoavam muito com elas, inventavam músicas”, diz Laís , estudante. “Sempre tem apelido por causa voz, estilo...”, comenta Lorelei Frimann, 16 anos. “Zoavam com a cara dele não queria vir pra escola”, conta Rodrigo Pereira dos Santos, 17 anos.

Esse tipo de comportamento é conhecido como bullying. A palavra de origem inglesa não tem tradução literal para a língua portuguesa, mas é usada também aqui no Brasil para identificar a atitude de uma pessoa que humilha e oprime alguém. Muitas vezes esse comportamento acaba sendo repetido por todo o grupo.

Francine sempre ouviu piadinhas maldosas. Piorou quando o pai morreu. “Teve um dia que cheguei na sala e tava escrito na lousa: ‘a nova orfãzinha da escola". Minha mãe falou com diretora, mas não adiantou”, conta Francine Smihead, 16 anos.

O que leva uma criança ou adolescente a ter uma atitude assim? “O agressor só colhe bons resultados, ele se afirma como corajoso frente a turma, como engraçado...”, explica Maria Isabel da Silva Leme, psicóloga.

Um estudo da Universidade Federal do Paraná em quatro estados revelou que seis em cada 10 alunos já sofreram ou cometeram agressões. Em São Paulo, a psicóloga, especialista em comportamento escolar fez uma pesquisa com mais de quatro mil estudantes de 55 escolas públicas e particulares, 10% dos estudantes disseram que foram vítimas de agressão psicológica pelo menos uma vez.

As vítimas têm muito em comum. Na maioria das vezes, são do sexo masculino, estão no Ensino Fundamental, o antigo ginásio, e tem alguma característica diferente da média, no peso, na altura, na voz.

Na escola pública a agressão geralmente é praticada geralmente pelos mais fortes, mais corpulentos. Nas particulares, quem agride é um aluno admirado pelos outros. “As crianças não contam, nem os pré-adolescente, eles ficam humilhados de estarem sendo vítimas”, comenta a psicóloga.

São dois tipos de vítimas: “Uma que reage agressivamente, impulsivamente e em geral se dá mal, porque ela acaba comprando briga, é suspensa da escola, perde prova aula. Outro tipo é mais retraída, e não reage. Essa aí pais e escola precisam estar atentos porque é possível que venham sofrer na vida adulta”, orienta a psicóloga.

Fonte: http://g1.globo.com/jornalhoje/0,,MUL1035006-16022,00-BULLYING+PREOCUPA+PAIS+E+EDUCADORES.html

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Comentário:
Primeiro equivoco nosso é acreditar que uma criança é um ser que acabou de ser criado, que não possui sem vícios e nem virtudes. Neste ponto através do conceito de reencarnação, a doutrina espírita nos esclarece que uma criança é apenas o estágio inicial de uma reencarnação de um espírito às vezes muito antigo.

Para compreender melhor esta etapa da vida material os Espíritos nos deram a seguinte explicação, no O Livro dos Espíritos:

"Não conheceis o mistério que as crianças ocultam em sua inocência; não sabeis o que elas são, nem o que foram, nem o que serão; e no entanto as amais e acariciais como se fossem uma parte de vós mesmos, de tal maneira que o amor de uma mãe por seus filhos é reputado como o maior amor que um ser possa ter por outros seres. De onde vêm essa doce afeição, essa tema complacência que até mesmo os estranhos experimentam por uma criança? Vós sabeis? Não; e é isso que vou explicar.

As crianças são os seres que Deus envia a novas existências, e para que não possam acusá-lo de demasiada severidade, dá-lhes todas as aparências de inocência. Mesmo numa criança de natureza má, suas faltas são cobertas pela não-consciência dos atos. Esta inocência não é uma superioridade real, em relação ao que elas eram antes; não, é apenas a imagem do que elas deveriam ser, e se não o são, é sobre elas somente que recai a culpa.

Mas não é somente por elas que Deus lhes dá esse aspecto, é também e sobretudo por seus pais, cujo amor é necessário à fragilidade infantil. E esse amor seria extraordinariamente enfraquecido pela presença de um caráter impertinente e acerbo, enquanto que, supondo os filhos bons e ternos, dão-lhes toda a afeição e os envolvem nos mais delicados cuidados. Mas, quando as crianças não mais necessitam dessa proteção, dessa assistência que lhes foi dispensada durante quinze a vinte anos, seu caráter real e individuai reaparece em toda a sua nudez: permanecem boas, se eram fundamentalmente boas, mas se irizam sempre de matizes que estavam ocultos na primeira infância.

Vedes que os caminhos de Deus são sempre os melhores, e que, quando se tem o coração puro, é fácil conceber-se a explicação a respeito."


Muito destas agressões tem sua origem no orgulho, são espíritos orgulhosos precisam aprender que todos são iguais, apesar das diferenças, porque todos são espíritos em evolução.

"Aí está um pensamento profundo. O Espírito só compreende a gravidade dos seus malefícios depois que se arrepende. O arrependimento acarreta o pesar, o remorso, o sentimento, o sentimento doloroso, que é a transição do mal para o bem, da doença moral para a saúde moral. É para se furtarem a isso que os Espíritos perversos se revoltam contra a voz da consciência, como doentes que repelem o remédio que os há de curar. E assim procuram iludir-se, aturdir-se e persistir no mal. [...] Quanto aos vícios de que porventura não estejamos inteiramente despojados, nós os conhecemos pelas nossas tendências atuais e para elas devemos voltar todas as nossas atenções. Basta saber o que somos, sem que seja necessário saber o que fomos." - O Céu e o Inferno, Allan Kardec.

Por este motivo, o castigo ou a punção devem ser atos essencialmente educativos e jamais vingativos, pois a mudança no caráter de uma pessoa começa pela compreensão. Visto que muitos destes garotos que se sentem humilhados por agora estarem como vítimas, na verdade podem ser espíritos orgulhosos em processos educativos, e é a este processo educativo muitas vezes que devemos auxiliar, sempre baseado no amor e na caridade.
(Comentário por: Claudia Cardamone, psicóloga e espírita. É membro da Equipe Espiritismo.net, atuando nas áreas de atendimento fraterno e notícias.)

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