quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Antipatias! Mas será mesmo de existências passadas?


Antipatias! Mas será mesmo de existências passadas?

Wellington Balbo

Jesus, o maior sábio que passou por nós, ensinava-nos a surpreender.

Se te fizerem o mal, não rebatas, ao contrário, faz todo o bem possível, dizia ELE... .

A mensagem de Jesus fez-me lembrar uma situação que passei há alguns anos. Eu nutria certa antipatia por determinada pessoa por conta de sua religião, naquela arcaica mania de considerar que apenas aquilo que cremos leva-nos à verdade.

Ela, porém, talvez captando meus fluidos antipáticos não me destilou dardos mentais ou se afastou.

Fez o contrário.

Sem falsidade ou ironia descobriu o que eu gostava de comer e presenteou-me com a guloseima.

Uma atitude simples, sem alarde, mas que me fez refletir sobre minha antipatia gratuita.

Quando adoeci em 2011 lá estava ela com suas orações, pedidos aos santos e vibrações em meu benefício.

Sim, era e foi possível sermos amigos.

Somos até hoje.

Fico a refletir naquelas pessoas que nutrem antipatia gratuita por outras e não se dão o trabalho de refletir nas razões... Certamente perdem ótimas oportunidades de enriquecer a existência fazendo amigos...

O Espiritismo nos ensina que ninguém é mau apenas porque nutre antipatias por esta ou aquela pessoa.

Em muitas ocasiões a antipatia é oriunda da falta de afinidade de ideias. No entanto, os Espíritos afirmam também que quanto mais evoluirmos menos antipatias teremos no universo, este lar que nos abriga.

Natural que seja assim, afinal, estamos caminhando para o equilíbrio e seres equilibrados não andam por ai “caçando antipatias”.

Obviamente que as antipatias podem ter residência em existências passadas, contudo, nem sempre é assim. Não raro as antipatias são oriundas de uma certa “má vontade” de nossa parte em compreender o ponto de vista do outro, ou enxergar suas virtudes.

Não é legal depositarmos a nossa antipatia apenas na conta das existências passadas. “São desafetos”, dizem os mais apressados.

Esta é uma ideia muito rasa.

Ora, se Deus nos proporcionou o esquecimento temporário uma das razões é justamente a de que é necessário ter um pouco de boa vontade para superar alguns traumas passados.

Recordo-me de um amigo, muito rico, que comentou certa vez: “Minha maior conquista nesta existência não foram os apartamentos, empresas e terrenos que possuo... Minha maior conquista foi ter reconciliado-me com meu pai. Almas antipáticas, conseguimos superar com muito esforço o que nos desunia. Hoje, embora tenhamos divergências, convivemos de forma pacífica e somos, QUEM DIRIA?! bons amigos”...

Que beleza! Como é bom poder enfrentar nossos próprios fantasmas e dar o grito de libertação do egoísmo que caracteriza o homem antigo.

Fiquei feliz pelo meu amigo...

Que possamos, dentro da medida do possível refletirmos nas razões que nos levam a ter antipatia por A, B ou C.

O mestre orientava que em casos de antipatia, ofensas, dificuldades, façamos o contrário, exercitemos a boa vontade.

As lições de Jesus são tão simples, pena que muitas vezes complicamos...

Pensemos nisto!

(Autor: Wellington Balbo)

Um comentário:

  1. Em O Livro dos Espíritos:
    VII – Simpatias e Antipatias Terrenas
    386 Dois seres que se conheceram e se amaram podem encontrar se noutra existência corpórea e se reconhecerem?
    - Reconhecerem-se, não; mas serem atraídos um pelo outro sim; e frequentemente as ligações íntimas, fundadas numa afeição sincera, não provem de outra causa. Dois seres se aproximam um do outro por circunstâncias aparentemente fortuitas, mas que são o resultado da atração de dois Espíritos que se buscam através da multidão.
    386. A) Não seria agradável para eles se reconhecerem?
    - Nem sempre. A recordação das existências passadas teria inconvenientes maiores do que acreditais. Apôs a morte eles se reconhecerão e saberão em que tempo estiveram juntos. (Ver item 392)
    387 A simpatia tem sempre por motivo um conhecimento anterior
    - Não. dois Espíritos que tenham afinidades se procuram naturalmente sem que se hajam conhecido como encarnados.
    388. Os encontros que se dão algumas vezes entre certas pessoas, e que se atribuem ao acaso, não seriam o efeito de uma espécie de relações simpáticas?
    - Há, entre os seres pensantes, ligações que ainda não conheceis O magnetismo é a bússola desta ciência, que mais tarde compreendereis melhor.
    389 De onde vem a repulsa instintiva que se experimenta por certas pessoas, a primeira vista?
    — Espíritos antipáticos que se percebem e se reconhecem, sem se falarem.
    390. A antipatia instintiva é sempre um sinal de natureza má?
    - Dois Espíritos não são necessariamente maus pelo fato de não serem simpáticos. A antipatia pode originar-se de uma falta de similitude do modo de pensar Mas, à medida que eles se elevam, os matizes se apagam e a antipatia desaparece.
    391. A antipatia entre duas pessoas nasce em primeiro lugar naquele cujo Espírito é pior ou melhor?
    - Numa e noutra, mas as causas e os efeitos são diferentes. Um Espírito mau sente antipatia por quem quer que o possa julgar e desmascarar; vendo uma pessoa pela primeira vez, percebe que ela vai desaprová-lo; seu afastamento se transforma então em ódio, inveja e lhe inspira o desejo de fazer o mal. O bom Espírito sente repulsa pelo mau porque sabe que não será compreendido por ele e que ambos não participam dos mesmos sentimentos; mas seguro de sua superioridade, não sente contra o outro nem ódio nem inveja: contenta-se em evitá-lo e lastimá-lo.

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