sábado, 5 de abril de 2014

E, aí? Já viu?!



Lançamento:  17 de setembro de 1993 (1h43min)   
Dirigido por : Harold Ramis  
Com:  Bill Murray, Andie MacDowell, Stephen Tobolowsky
Gênero : Comédia , Fantasia , Romance  
Nacionalidade:  EUA
Sinopse 1    :  Um repórter (Bill Murray) de televisão que faz previsões de meteorologia vai a uma pequena cidade fazer uma matéria especial sobre o celebrado "Dia da marmota". Pretendendo ir embora o mais rapidamente possível, ele inexplicavelmente fica preso no tempo, condenado a vivenciar para sempre os eventos daquele dia.
Sinopse 2   : Um repórter (Bill Murray) é escalado mais uma vez para cobrir as festividades do Dia da Marmota numa pequena cidade do estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Ele não vê a hora de terminar o trabalho e voltar para casa, mas o inesperado acontece: ele cai em um "feitiço do tempo", e todos os dias seguintes passam a se repetir sempre iguais ao Dia da Marmota. Quando ele percebe o feitiço, passa a tirar vantagem dele, mas depois vem o tédio e o sentimento de frustração por não saber como sair daquela situação.
Sinopse 3    : Groundhog Day (Feitiço do Tempo, no Brasil; O Feitiço do Tempo, em Portugal) é um filme norte-americano de 1993 dirigido por Harold Ramis. No filme, Murray interpreta Phil Connors, um egocêntrico homem do tempo da TV em Pittsburgh, que durante a abertura do anual Dia da Marmota (2 de fevereiro) em Punxsutawney, encontra-se repetindo o mesmo dias várias vezes. Depois de se deixar levar por todas as formas de perseguições hedonísticas, ele começa a reavaliar sua vida e prioridades.


Comentário:
O feitiço do tempo

Raphael Vivacqua Carneiro

Phil Connors, personagem interpretado pelo ator Bill Murray na comédia “Feitiço do Tempo”, de 1993, era um arrogante apresentador de TV que fma cidadezinha interiorana para cobrir uma festa tradicional que ocorria todo ano, no dia 2 de fevereiro.

Egocêntrico e vaidoso, menosprezava os seus colegas de trabalho, por não considerá-los à sua altura. Da mesma forma, desprezava a cidadezinha, os habitantes e seus costumes, bem como a tarefa para a qual fora designado. Logo após a breve cobertura do evento, o seu desejo era retornar imediatamente à cidade grande; porém uma forte nevasca obrigou-o a lá permanecer mais uma noite, para seu desprazer. Mal sabia ele que o seu pesadelo estava apenas começando: uma maldição caiu sobre ele, fazendo-o acordar todas as manhãs naquela mesma cidadezinha, repetindo o mesmo dia 2 de fevereiro, envolvido com as mesmas pessoas.

Como não tivesse a menor ideia de como livrar-se daquele feitiço, tentou as mais diversas estratégias de ação, gerando situações e resultados que oscilavam entre o cômico e o trágico, incluindo tentativas de suicídio. Contudo, nada era capaz de libertá-lo; pois, a cada manhã seguinte, ele despertava para iniciar o dia 2 de fevereiro novamente. Ao contrário dos demais personagens, que agiam a cada dia como da primeira vez, sem qualquer lembrança anterior, Phil recordava-se de todas as suas experiências vividas nos dias anteriores, desde que o feitiço entrara em vigor. Isso lhe proporcionava um aprendizado privilegiado sobre as reações das pessoas a cada palavra ou ação que fosse empregada por ele.

No meio de tantas desventuras e desesperança, Phil encontrou um objetivo na vida: conquistar o amor de Rita, sua bela e doce colega de trabalho que sentia antipatia pela arrogância dele. O desafio era transformar essa antipatia em amor num curto período de 24 horas; pois, a cada manhã, o feitiço fazia com que a memória de sua amada fosse apagada. Ele começou a aprender tudo aquilo que sensibilizava o coração de Rita: poesia, arte, música e, principalmente, a prática de atos generosos e solidários para com as pessoas comuns. Quando finalmente ele conseguiu amá-la de verdade e ser correspondido, o feitiço se quebrou e ele se libertou do castigo de repetir indefinidamente o dia 2 de fevereiro.

Colocando à parte a fantasia do enredo, chama a nossa atenção o paralelo que pode ser traçado entre o feitiço que recaiu sobre este protagonista e as nossas próprias histórias de vida como espíritos imortais, que passam por incontáveis ciclos de reencarnações. Assim como o nosso herói atormentado, nós também habitamos temporariamente um local que não nos agrada, pois o nosso planeta ainda se encontra moralmente distante dos mundos felizes; nós também convivemos com cidadãos próximos cujas imperfeições nos incomodam, por sermos nós mesmos arrogantes e imperfeitos; além disso, numa aparente forma de castigo, nós despertamos, no berço de cada nova reencarnação, neste mesmo mundo, rodeados pelos mesmos habitantes, para repetirmos as lições mal aprendidas. O ciclo se repete indefinidamente, até que a aquisição do amor e da sabedoria nos liberte. Este aprendizado gradual é viabilizado pelo fato de que as nossas experiências vividas em cada existência não se perdem; ficam acumuladas nos escaninhos da alma. Cada dia 2 de fevereiro na vida de Phil Connors assemelha-se a uma existência reencarnatória para cada um de nós.

Raphael Vivacqua Carneiro - 31 de março de 2014

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