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EESE – Cap. XVII – Itens 4 a 6
Tema: Os
bons espíritasParábola do semeador
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A - Texto de Apoio:
Os bons espíritas
4.
Bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, o Espiritismo leva aos resultados
acima expostos, que caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão
verdadeiro, pois que um o mesmo é que outro. O Espiritismo não institui nenhuma
nova moral; apenas facilita aos homens a inteligência e a prática da do Cristo,
facultando fé inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam.
Muitos,
entretanto, dos que acreditam nos fatos das manifestações não lhes apreendem as
conseqüências, nem o alcance moral, ou, se os apreendem, não os aplicam a si
mesmos. A que atribuir isso? A alguma falta de clareza da Doutrina? Não, pois
que ela não contém alegorias nem figuras que possam dar lugar a falsas
interpretações. A clareza e da sua essência mesma e é donde lhe vem toda a
força, porque a faz ir direito à inteligência. Nada tem de misteriosa e seus
iniciados não se acham de posse de qualquer segredo, oculto ao vulgo.
Será
então necessária, para compreendê-la, uma inteligência fora do comum? Não,
tanto que há homens de notória capacidade que não a compreendem, ao passo que
inteligências vulgares, moços mesmo, apenas saídos da adolescência, lhes
apreendem, com admirável precisão, os mais delicados matizes. Provém isso de
que a parte por assim dizer material da ciência somente requer olhos que
observem, enquanto a parte essencial exige um certo grau de sensibilidade, a
que se pode chamar maturidade do senso moral, maturidade que independe da idade
e do grau de instrução, porque é peculiar ao desenvolvimento, em sentido especial,
do Espírito encamado.
Nalguns,
ainda muito tenazes são os laços da matéria para permitirem que o Espírito se
desprenda das coisas da Terra; a névoa que os envolve tira-lhes a visão do
infinito, donde resulta não romperem facilmente com os seus pendores nem com
seus hábitos, não percebendo haja qualquer coisa melhor do que aquilo de que
são dotados. Têm a crença nos Espíritos como um simples fato, mas que nada ou
bem pouco lhes modifica as tendências instintivas. Numa palavra: não divisam
mais do que um raio de luz, insuficiente a guiá-los e a lhes facultar uma
vigorosa aspiração, capaz de lhes sobrepujar as inclinações. Atêm-se mais aos
fenômenos do que a moral, que se lhes afigura cediça e monótona. Pedem aos
Espíritos que incessantemente os iniciem em novos mistérios, sem procurar saber
se já se tornaram dignos de penetrar Os arcanos do Criador. Esses são os
espíritas imperfeitos, alguns dos quais ficam a meio caminho ou se afastam de
seus irmãos em crença, porque recuam ante a obrigação de se reformarem, ou
então guardam as suas simpatias para os que lhes compartilham das fraquezas ou
das prevenções. Contudo, a aceitação do princípio da doutrina é um primeiro
passo que lhes tornará mais fácil o segundo, noutra existência.
Aquele
que pode ser, com razão, qualificado de espírita verdadeiro e sincero, se acha
em grau superior de adiantamento moral. O Espírito, que nele domina de modo
mais completo a matéria, dá-lhe uma percepção mais clara do futuro; os
princípios da Doutrina lhe fazem vibrar fibras que nos outros se conservam
inertes. Em suma: é tocado no coração, pelo que inabalável se lhe torna a fé.
Um é qual músico que alguns acordes bastam para comover, ao passo que outro
apenas ouve sons. Reconhece-se
o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega
para domar suas inclinações más. Enquanto um se contenta com o seu
horizonte limitado, outro, que apreende alguma coisa de melhor, se esforça por
desligar-se dele e sempre o consegue, se tem firme a vontade.
Parábola do semeador
5. Naquele mesmo dia, tendo saído de casa, Jesus
sentou-se à borda do mar; - em torno dele logo reuniu-se grande multidão de
gente; pelo que entrou numa barca, onde sentou-se, permanecendo na margem todo
o povo. - Disse então muitas coisas por parábolas, falando-lhes assim:
Aquele que semeia saiu a semear; - e, semeando, uma parte
da semente caiu ao longo do caminho e os pássaros do céu vieram e a comeram. -
Outra parte caiu em lugares pedregosos onde não havia muita terra; as sementes
logo brotaram, porque carecia de profundidade a terra onde haviam caído. - Mas,
levantando-se, o sol as queimou e, como não tinham raízes, secaram. - Outra
parte caiu entre espinheiros e estes, crescendo, as abafaram. Outra,
finalmente, caiu em terra boa e produziu frutos, dando algumas sementes cem por
um, outras sessenta e outras trinta. - Ouça quem tem ouvidos de ouvir. (S.
MATEUS, cap. XIII, vv. 1 a 9.)
Escutai, pois, vós outros a parábola do semeador. - Quem
quer que escuta a palavra do reino e não lhe dá atenção, vem o espírito maligno
e tira o que lhe fora semeado no coração. Esse é o que recebeu a semente ao
longo do caminho. - Aquele que recebe a semente em meio das pedras é o que
escuta a palavra e que a recebe com alegria no primeiro momento. - Mas, não
tendo nele raízes, dura apenas algum tempo. Em sobrevindo reveses e
perseguições por causa da palavra, tira ele daí motivo de escândalo e de queda.
-
Aquele que recebe a semente entre espinheiros é o que
ouve a palavra; mas, em quem, logo, os cuidados deste século e a ilusão das
riquezas abafam aquela palavra e a tornam infrutífera. - Aquele, porém, que
recebe a semente em boa terra é o que escuta a palavra, que lhe presta atenção
e em quem ela produz frutos, dando cem ou sessenta, ou trinta por um. (S.
MATEUS, cap. XIII. vv. 18 a 23.)
6.
A parábola do semeador exprime perfeitamente os matizes existentes na maneira
de serem utilizados os ensinos do Evangelho. Quantas pessoas há, com efeito,
para as quais não passa ele de letra morta e que, como a semente caída sobre
pedregulhos, nenhum fruto dá!
Não
menos justa aplicação encontra ela nas diferentes categorias espíritas. Não se
acham simbolizados nela os que apenas atentam nos fenômenos materiais e nenhuma
conseqüência tiram deles, porque neles mais não vêem do que fatos curiosos? Os
que apenas se preocupam com o lado brilhante das comunicações dos Espíritos,
pelas quais só se interessam quando lhes satisfazem à imaginação, e que, depois
de as terem ouvido, se conservam tão frios e indiferentes quanto eram? Os que reconhecem
muito bons os conselhos e os admiram, mas para serem aplicados aos outros e não
a si próprios? Aqueles, finalmente, para os quais essas instruções são como a
semente que cai em terra boa e dá frutos?
B - Questões para estudo e diálogo
virtual:
1 – Que
características podemos destacar de um bom espírita?
2 – Quais
categorias de espíritas podemos identificar na parábola do semeador?
3 –
Extraia do texto acima a frase ou parágrafo que mais gostou e justifique.
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