domingo, 1 de janeiro de 2017

Mural reflexivo: Convites da Vida


CONVITES DA VIDA

 

Para onde te voltes, onde quer que te encontres, defrontarás os incessantes convites da vida. Uns se dirigem aos fulcros do espírito idealista

estimulando à ascensão; outros gritam nos recônditos do ser atormentado, convocando ao abissal mergulho no sofrimento evitável.

Os arrojos tecnológicos facultam celeremente altas cargas de informações que te pesam constritoramente, debilitando as forças do teu ideal. Simultaneamente alargam horizontes para excelsas cogitações cuja magnitude transcende a tua capacidade de apreender.

A litania do desespero chama-te a atenção.

A balbúrdia sexólatra desperta-te a observação.

O brado de revolta convoca-te ao exame das situações.

As mercadorias do prazer espicaçam-te os sentidos.

A loucura generalizada convida-te à alucinação marginalizante.

O medo envolve-te em angústia injustificável.

Ocorre que a Terra transita de “mundo de expiação” para “mundo de regeneração”, consoante as felizes informações, recolhidas por Allan Kardec, da Espiritualidade Superior.

Concomitantemente a paz necessita da tua cooperação.

A cruzada do amor e da caridade inspira-te passos gigantescos na direção da liberdade plena.

O bem de qualquer denominação abrasa-te, guiando tuas aspirações nos rumos infinitos.

A esperança, embriagando tua alma, conduz as claridades divinas aos teus painéis íntimos.

Convidam-te: a reflexão a sublimes colóquios, a humildade a total desprendimento, a fé a mudança de paisagens, o dever à luta incessante pela sublimação, a paciência a cuidadosas realizações em profundidade, em suma, o Cristo, ao inexcedível serviço da luz.

Ainda ontem homens e mulheres célebres fizeram-se notáveis porque aceitaram os convites da vida, como desafios que aceitaram e dos quais se liberaram com resultados felizes, mediante os quais se engrandeceram, renovaram outros homens, outras mulheres e o mundo.

Milton, cego e pobre, após a morte de Cromwell, de quem era secretário, esqueceu-se da limitação e ditou à esposa e filhas, em poesia de lirismo ímpar, o seu “Paraíso Perdido”.

Steinmetz, não obstante a deformidade física, revelou-se a penosos esforços cientista insuperável.

Roberto Luiz Stevenson, tuberculoso, olvidou as penas e tornou-se esteta da literatura.

Antonio Francisco Lisboa, o “Aleijadinho”, apesar das dores cruéis que experimentava em face da terrível enfermidade que sofria, esculpiu a pedra com arte primorosa.

Eunice Weaver aceitou o desafio da lepra e, após admiráveis contribuições sociais de outra natureza, levantou os Preventórios para os descendentes sadios dos hansenianos, fazendo baixar a incidência do terrível mal, no Brasil.

Martin Luther King não temeu a discriminação racial e “colored” encabeçou as “marchas da paz”, inspirado na resistência pacífica, logrando inestimáveis conquistas para os irmãos perseguidos pelo vil preconceito.

Estigmatizados por estranhas enfermidades ou livres delas, tocados pelo ideal do amor e da beleza, incontáveis servidores da Humanidade atenderam os convites da vida.

Olha em derredor, aprofunda observações, ausculta as vozes inarticuladas em melodias sublimes em a Natureza e faze algo que te assinale positivamente a passagem pela Terra.

Qualquer contribuição de amor ao próximo e aprimoramento próprio, vale mais do que coisa nenhuma.

Não te escuses.

A vida é um sublime convite. Este livro apresenta-te alguns. (*) Medita neles. É modesta contribuição que te trazemos quando a nacionalidade brasileira evoca o sesquicentenário da sua emancipação política.

Lembra-te de emancipar-te, também, das algemas escravocratas de qualquer natureza.

Liberta-te da opressão do mal, ainda hoje, agora.

Viver na Terra é honra que ninguém pode subestimar.

Um dia, o Rei Estelar, compreendendo a necessidade de elevar o homem às culminâncias da felicidade no Seu Reino, aceitou o convite-desafio do mundo em crescimento e desceu à Terra, erguendo-a, de tal modo que em breve a dor e a miséria baterão em retirada, definitivamente, a fim de que se instalem nela os chegados dias da “Jerusalém libertada” em plenitude de paz.

 

Joanna de Ãngelis

 

Curitiba, 5 de maio de 1972.

(*) Diversas das presentes mensagens foram oportunamente divulgadas.

Para formarem o atual volume nós mesma fizemos a revisão de todas,

atualizando-as a fim de oferecerem melhor harmonia de conjunto.

— Nota da Autora espiritual.

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