A
força na fraqueza
Editorial
Redação
oclarim@oclarim.com.br
01/01/2017
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01/01/2017
Lemos
e ouvimos constantemente, seja na imprensa espírita ou nos grupos de estudo de
cada instituição, que as barreiras encontradas em nossa jornada são mecanismos
divinos para impulsionar a evolução moral e intelectual de cada indivíduo. A
vida é um suceder de provas e expiações que objetivam testar o nosso
aprendizado e nos pôr frente a frente com nossos medos e tendências mais
obscuros.
Dessa forma, não são raros os momentos em que não conseguimos vislumbrar saídas viáveis para as dificuldades do dia a dia. Ainda debilitados em nossa fé, encontramo-nos perdidos e desconfiados dos caminhos pelos quais necessitamos percorrer, como se fôssemos injustiçados e não tivéssemos reconhecidos nossos “grandes méritos” – em nossa visão ainda superficial da Providência Divina.
Inspirados,
pois, por estas questões, encontramos na Revista Espírita de janeiro de 1865
valioso texto assinado por Fénelon – o terceiro do item “Instruções do
Espíritos (Sociedade Espírita de Antuérpia) – que traz luz para viabilizar o
nosso entendimento.
“O
homem só é bastante forte quando sente a sua fraqueza; tudo pode empreender sob
o olhar de Deus. Sua força moral cresce em razão de sua confiança, porque sente
necessidade de dirigir-se ao Criador para pôr sua fraqueza ao abrigo das quedas
a que a imperfeição humana o pode arrastar. Aquele que põe sua vontade na de
Deus pode enfrentar impunemente o Espírito do mal, sem se julgar temerário. Se
o Ser Supremo permite a luta entre o anjo e o demônio, é para dar à criatura
oportunidade para triunfar e sacrificar-se nos combates.”
O
instrutor confirma nossa introdução em suas palavras inaugurais ao afirmar que
por vezes nos sentimos temerários e sem confiança para enfrentar os males que
se nos apresentam. A crença nos desígnios de Deus, no entanto, é força
reabilitadora para o enfrentamento de qualquer combate, visando sempre ao nosso
aprimoramento. Prossegue Fénelon:
“(...) em sua cegueira,
o homem julga-se poderoso por si mesmo e, deixando de recorrer a Deus, cai no
abismo cavado pelo amor-próprio. Coragem, pois, porquanto, por mais forte que
seja o Espírito que barra o caminho, apoiado na cruz nada tendes a temer; ao
contrário, tereis tudo a ganhar para a vossa alma, que crescerá sob o raio
divino da fé. Deixai-vos conduzir através das tempestades e chegareis ao termo
de vossa marcha, onde Jesus vos espera.”
O conhecimento espírita
orienta que encontramos aqueles desafios que estamos preparados para enfrentar.
Nunca ultrapassarão nossa capacidade, pois Deus é justo e compreende nosso
estágio. Precisamos, pois, “baixar a bola” e não nos julgarmos
autossuficientes, já que nenhum homem vive isoladamente, necessitando do
convívio social e da comunicação constante com o Criador para compreender suas
próprias misérias. Conclui o instrutor: “Todo homem necessita de conselhos.
Infeliz aquele que se julga bastante forte por suas próprias luzes, porque terá
numerosas decepções.”
Cada
novo ano representa um recomeço. Que este recomeço represente algo além de
expectativa e nos traga reais mudanças, comprometimento e união. Feliz Ano
Novo!
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