sábado, 13 de janeiro de 2018

Pergunta feita - Dúvida em estudo de O Livro dos Espíritos


Pergunta:
Assunto: Duvidas
Mensagem: Bom dia.
Faço parte de um grupo de estudos sobre o Livro dos espíritos e utilizo, além do próprio livro o material de vocês.
Surgiu um impasse no grupo quando um de seus integrantes diz não aceitar a ideia de um espírito, ainda preso a matéria, poder presenciar a própria decomposição de seu corpo orgânico, afirmação essa entendida por mim no item "Separação da alma e do corpo, 155a. Gostaria de saber se estou enganada ao entender dessa forma.
Aguardo um parecer e desde já agradeço a atenção e a disponibilidade do material de estudo. Deus os abençoe.
abraço

Resposta: Olá H!!
O tempo de despreendimento do Espírito de seu corpo, varia de acordo com a sua evolução moral.
De fato, quando um Espírito está muito preso ainda a matéria poderá por exemplo, assistir seu funeral ou não querer se afastar de seu corpo físico.
Para entender isto, basta pensar que o Espírito vai aonde está seu pensamento e interesse.
Se é, por exemplo, um Espírito muito apegado ao seu corpo físico e materialista (acreditando que não há vida após a morte) poderá se assustar tanto ao ver a morte de seu corpo e não desejar e nem conseguir se afastar dele em um breve período de tempo.
Uma boa dica para o estudo no grupo de vocês pode ser comparar a situação de Espíritos em diferentes estágios evolutivos após a morte.
Isso vocês poderão observar no livro O Céu e o Inferno, onde há espírito felizes, de condição mediana ou por exemplo, criminosos arrependidos...

Estou deixando um trecho abaixo que retirei da questão 257 de O Livro dos Espíritos para ajudar no entendimento.
Qualquer dúvida, pode retornar ao assunto.

257. Ensaio teórico sobre a sensação nos Espíritos
(...)
A experiência nos ensina que no momento da morte o perispírito se desprende mais ou menos lentamente do corpo. Nos primeiros instantes seguidos ao desencarne, o Espírito não entende a sua situação: não acredita estar morto, sente-se vivo, vê seu corpo de um lado, sabe que é seu e não entende por que está separado dele. Essa situação persiste enquanto o laço entre o corpo e o perispírito não se romper por completo. Um suicida nos disse: “Não, não estou morto”, e acrescentava: “E, entretanto, sinto os vermes que me roem”. Porém, seguramente, os vermes não roíam o seu perispírito, e muito menos o Espírito; roíam-lhe apenas o corpo. Mas como a separação do corpo e do perispírito não estava concluída, disso se originava uma espécie de repercussão moral que lhe transmitia a sensação do que se passava no seu corpo. Repercussão não é bem a palavra que dê a ideia exata do que ocorre, porque pode fazer supor um efeito muito material. Era antes e de fato a visão do que se passava no cadáver, que ainda estava ligado ao seu perispírito, produzindo nele essa sensação que tomava como real, como autêntica. Desse modo, não era uma lembrança, uma vez que durante sua vida nunca tinha sido roído por vermes; era uma sensação nova e atual. Vemos, assim, que deduções se podem tirar dos fatos, quando observados atentamente.
Durante a vida, o corpo recebe as impressões exteriores e as transmite ao Espírito por intermédio do perispírito, que constitui, provavelmente, o que se chama de fluido nervoso. Estando o corpo morto, não sente mais nada, porque não possui mais Espírito, nem perispírito. O perispírito, desprendido do corpo, experimenta a sensação, mas como ela não lhe chega mais por um canal limitado, próprio, torna-se geral. Portanto, como o perispírito é na realidade um agente de transmissão das sensações que se produzem do corpo para o Espírito, porque é no Espírito que está a consciência, disso se deduz que, se pudesse existir perispírito sem Espírito, ele não sentiria mais do que sente um corpo morto. Da mesma forma, se o Espírito não tivesse perispírito, seria inacessível a qualquer sensação dolorosa, como ocorre com os Espíritos completamente purificados. Sabemos que, quanto mais o Espírito se purifica, mais a essência do
 perispírito se torna etérea, do que se conclui que a influência material diminui à medida que o Espírito progride e, por consequência, o próprio perispírito torna-se menos grosseiro.

Um grande abraço,

Equipe LE

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