quarta-feira, 10 de outubro de 2012

"A causa real da maioria de nossos grandes problemas está entre a ignorância e a negligência."
(Goethe)

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Qual sua opinião?

O Pedro, do Espiritismo.Net, escreveu falando sobre suas sugestões para os congressos Espíritas.
Agora, esperamos Vc trocar ideias conosco acerca dessas sugestões e também nos falando quais seriam as suas sugestões.
Aguardamos Vc! :)
Beijos e Abraços
 
De: Pedro Vieira
Data: 30 de setembro de 2012 00:10
Assunto: Sugestões para os Congressos Espíritas


Caros confrades,

Reverencio as boas intenções em reunir os espíritas do RJ em torno de uma proposta de estudos.

Nos congressos acadêmicos, os trabalhos são reunidos por área de interesse, selecionados por mérito e importância, e publicados a posteriori nos anais do evento, tanto em formato digital quanto impresso, disponíveis para acompanhamento e consulta sem limites. Isso permite que novos trabalhos possam se basear nos antigos e, com isso, facilitar o progresso do conhecimento, no caso da Ciência.

No campo empresarial, os congressos são menos democráticos, mas, em compensação, possuem diversas formas de contato interpessoal, como feiras e intervalos onde o networking é não só possível como estimulado. É onde nascem os negócios, conectados sempre com o objeto do congresso. No final, é comum que um palestrante-chave faça um resumo de todas as apresentações e gere, com isso, um resumo útil a todos.

Ambos os modelos evoluíram muito de 60 anos para cá, notadamente após a Segunda Guerra com as técnicas de mercadologia e o advento da computação, na década de 1970, e da Internet, nos anos 90.

E os congressos espíritas? Desde as narrativas de Denis e Delanne dos primeiros encontros no início do século XX, o que progrediu? Será que esse gênero de encontro tem sido vanguarda, como sonhou Kardec, ou retaguarda dos progressos da própria sociedade? Pior: será que regredimos com relação ao que lemos, por exemplo, em "No Invisível"?

Será que a juventude que compra pelo celular, compartilha sua vida no Facebook e estuda no tablet é atraída para um formato expositivo puro, como as palestras em nossas Casas Espíritas, iguais às que existem há mais de 100 anos no Brasil? Será que atingimos o público que tomará o Espiritismo em seu lombo para divulgá-lo em breve de forma eficaz?

Em 1996, fundei junto com poucos amigos o trabalho que hoje se tornou o Espiritismo.Net, o maior site espírita colaborativo da Internet, que originou outras tantas tarefas no mundo virtual. Na época, falar em divulgar a Doutrina Espírita na Internet era sinônimo de obsessão. E hoje? O que ainda ignoramos hoje?

Todos esses questionamentos têm por objetivo enviar a vocês sugestões simples, baseadas em experiências diversas nos mundos acadêmico e empresarial, e também na carreira de educador, para que nossos congressos espíritas não sejam autofágicos e se tornem úteis a todos, gerem produtos reais, e sejam eficazes na divulgação da ideia espírita. Tentarei ser objetivo e direto.

(1) É preciso que um encontro gere um produto que tenha relação com o tema abordado. No caso, uma carta de intenções, uma orientação aos Centros Espíritas, relacionado com as posturas para a valorização da vida, em diversas áreas. Isso está fora dos objetivos divulgados por vocês. Sem produto, o fruto é restrito, e suas conquistas são efêmeras. Léon Denis relata produtos claros dos primeiros congressos espíritas: deliberações, orientações, análises. Andamos para trás?

(2) É importante que o material gerado no congresso esteja disponível automaticamente, em formato autoexplicativo, a quem desejar, de forma simples. Caso o expositor não use slides, pedir que gere um resumo escrito e didático é sempre uma ideia útil.

(3) O afastamento que o movimento espírita brasileiro criou do Plano Espiritual, elegendo sacerdotes no lugar da metodologia kardequiana fecha as portas a uma oportunidade única: a de obtenção e análise de orientações relacionadas a problemas cotidianos, de uma forma estruturada. Os desencarnados não conseguem mais crachá de participantes em nossos congressos espíritas. Não parece um contrasenso? E é. Por que não reunir médiuns de diversas Casas e fazer reuniões instrutivas com objetivo de obter orientações ligadas ao tema, de forma atual, compará-las criticamente e submeter seu senso geral ao crivo do bom senso, divulgando-o como produto mediúnico? Em um congresso brasileiro da FEB em Brasília há alguns anos atrás vi uma cena patética, e, envergonhado, me retirei do recinto: o excelente médium Divaldo Franco recebeu uma psicografia especular com xenoglossia e, ANTES QUE SE LESSE A MENSAGEM, o público aplaudiu o fenômeno, numa prova de ignorância kardequiana total, que manda que seja analisado o conteúdo e não a forma de uma mensagem. É isso que queremos? Se não for, o congresso é a hora de fazer e ensinar a fazer diferente.

(4) Ao invés de selecionar expositores com conhecimentos muito questionáveis da Doutrina Espírita (mas eventualmente com algum cargo em alguma instituição), por que não deixar uma parte do congresso para submissão de trabalhos, analisados por seu conteúdo por uma comissão do CEERJ? Isso estimularia os anônimos a expor suas ideias e seus trabalhos e nos ajudaria a nos afastar do modelo sacerdotal-católico que tem tomado conta de nosso movimento nos últimos anos, no Brasil.

Vejo que temos uma escolha: ou damos à mensagem espírita uma finalidade que responda aos anseios do mundo moderno, insuflando novamente, como fez Kardec, o Espiritismo com vida e dinamismo, ou os revolucionários que ditaram a Codificação certamente encontrarão outros caminhos, fora, distante do Movimento Espírita, para continuarem seu trabalho de progresso para a Humanidade. O trem está partindo. Cabe-nos escolher o lugar: maquinistas, passageiros ou, pior, esquecidos na estação. Ainda há tempo.

Abraços,
Pedro Vieira 
 Rio de Janeiro - RJ/Brasil

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

24ª Semana do Jovem Espírita de Pernambuco: Jovens construindo um mundo melhor

De 15 a 21 de Outubro de 2012 a Comissão Estadual de Espiritismo - PE realizará a 24ª Semana do Jovem Espírita de Pernambuco.
 
 
A Comissão Estadual de Espiritismo – CEE convida os jovens das casas espíritas do Estado a participar da 24ª SEMANA DO JOVEM ESPÍRITA DE PERNAMBUCO.
Prezados Dirigentes das Casas Espíritas
Investir na Juventude é estruturar as bases do amanhã da Casa Espírita! A Casa Espírita que não tem um setor de Infância e Juventude, está fadada a descontinuidade, tem seus dias de vida contados.
Participe!

Heleno Vidal
Presidente da CEE”
Acesse a Programação da 24ª Semana do Jovem Espírita de Pernambuco no link ao lado:CEE PROGRAMAÇÃO 24 Semana
Mais informações com a CIJ/CEE – Coordenadoria de Infância e Juventude da CEE pelo e-mail: cee.pe@hotmail.com
 
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PROGRAMAÇÃO:
 
PROGRAMAÇÃO DO 1º DIA: 15/10/2012 - 20h
LOCAL: GRUPO FRATERNIDADE ESPÍRITA DE OURO PRETO
ENDEREÇO: Rua Moreno, nº 1, Ouro Preto - Olinda, esquina com a Rua Atlântico. Ponto de referência: Entrar em Ouro Preto pelo posto BR (chamada entrada pelo argentina, pela Av. Argentina Castelo Branco) e entrar na 4ª rua à direita (Rua Moreno), última casa desta rua.)
PROGRAMAÇÃO DO 2º DIA: 16/10/2012 - 20h
LOCAL: ESCOLA ESPÍRITA MARIA DE NAZARÉ
ENDEREÇO: Rua Bom Conselho, nº 248, Arruda- Recife/PE (Próximo ao Estádio José do Rêgo Maciel – Santa Cruz)
PROGRAMAÇÃO DO 3º DIA: 17/10/2012 - 20h
LOCAL: Escola Espírita Francisco de Assis
ENDEREÇO: Rua Henrique de Holanda,s/ nº , Centro – Camaragibe/PE.
Ponto de referência: Após o Shopping Camaragibe pegar a primeira rua a esquerda, em seguida entrar na primeira a direita e por ultimo pegar a segunda rua a esquerda. (rua em frente a uma torre/antena de telefonia)
PROGRAMAÇÃO DO 4º DIA: 18/10/2012 - 20h
LOCAL: ASSOCIAÇÃO MUNICIPAL ESPÍRITA DE ABREU E LIMA
ENDEREÇO: Rua General Abreu e Lima - número 52
centro - Abreu E Lima
PROGRAMAÇÃO DO 5º DIA: 19/10/2012 - 20h
LOCAL: ABRIGO ESPÍRITA BATISTA DE CARVALHO
Endereço: Av. São Paulo, 373, Jardim São Paulo, Recife/PE
PROGRAMAÇÃO DO 6º DIA: 20/10/2012 - 9h
LOCAL: COMISSÃO ESTADUAL DE ESPIRITISMO - PE
Endereço: rua Iguatú -135 campina do Barreto- recife
PROGRAMAÇÃO DO 7º DIA: 21/10/2012 -9h
LOCAL: COMISSÃO ESTADUAL DE ESPIRITISMO - PE
Endereço: rua Iguatú -135 campina do Barreto- recife
 

domingo, 7 de outubro de 2012

Mural Reflexivo: O país que eu quero

O país que eu quero
 
Foi num dia Sete de Setembro, no século XIX. A História encheu de magia o gesto espontâneo de um imperador amante do Brasil.
E Laços fora! e Independência ou morte! são frases repetidas, dramatizadas, recordadas a cada novo Sete de Setembro.
Desfiles militares, hasteamento da bandeira, execução do Hino Nacional se sucedem em rememoração à Independência do Brasil.
Olhando para as ruas do meu país, nesse festejar de cento e oitenta e sete anos de independência, me surpreendo com os desejos de minha alma patriota.
Da alma que assiste o pavilhão nacional tremular ao vento, mostrando as cores vibrantes que falam de verdura, riqueza, um céu de estrelas, ordem e progresso.
Quero um país independente, uma nação livre. Livre da corrupção, da desonestidade e do compadrio.
Livre das drogas, das armas de guerra e dos discursos vazios, da violência de todas as cores.
Quero um país onde as crianças possam sair à rua, para suas brincadeiras, sem medo de sequestros.
Possam ir à praia, ao campo, jogar futebol na quadra da esquina, sem que tenham de se esquivar de balas perdidas.
Eu quero um país onde se respeite o idoso, não porque ele não tenha a destreza da juventude, mas porque nele se reconheça a experiência dos anos vividos e das contribuições à sociedade por largos anos de trabalho.
Eu quero um país sem medo do amanhã. Um país que tenha os olhos no futuro e, por isso, invista na formação do cidadão.
Um país com escolas, bibliotecas e museus, franqueadas a todos.
Um país que preze seu passado e nunca esqueça dos seus heróis.
Dos heróis que defenderam suas fronteiras, com armas, com leis, com a vida e com a voz. Dos heróis de todos os dias, de todas as raças, que deixaram seu torrão natal e adotaram uma nova pátria.
Dos heróis que suaram sangue, trabalharam duro, desbravaram matas, criaram filhos.
Dos heróis que a História venera. Dos heróis que deram sua vida pelo ideal de uma nação sem escravidão. Uma nação de irmãos.
Eu quero um país responsável, onde os governantes sejam conscientes de seus deveres.
E onde o povo eleja seus representantes, não iludidos por promessas utópicas, mas porque conhecem a vida honrada do candidato e suas propostas maduras, coerentes, viáveis de aplicação a curto, médio e longo prazos.
Eu quero um país justo, que ampare a quem trabalhe, não àquele que somente sabe enumerar pretensos direitos.
Um país que proteja seus filhos, preserve suas riquezas, distribua seus bens.
Um país de paz. Um país de luz.
O país que eu quero não é irreal, nem impossível.
Ele somente depende de mim, de você, de cada um dos seus mais de cento e oitenta milhões de habitantes.
* * *
Pensemos nisso, hoje, agora, enquanto os versos do Hino pátrio nos exortam a agradecer a Deus por um país tão vasto, tão rico, tão maravilhosamente pleno de belezas naturais e oportunidades de progresso.
Redação do Momento Espírita

sábado, 6 de outubro de 2012

Operário sobrevive após ter cérebro atravessado por um vergalhão de 2m de comprimento

Operário sobrevive após ter cérebro atravessado por um vergalhão de 2m de comprimento

Ele, que trabalhava em uma obra em Botafogo, foi operado por cinco horas e não apresenta sequelas

MARIA ELISA ALVES

RIO - Um operário da construção civil, de 24 anos, foi atingido na cabeça por um vergalhão que despencou do quinto andar do prédio em que ele trabalhava, uma obra em Botafogo, e sobreviveu. O pedaço de ferro, de dois metros de comprimento, atravessou, na manhã de quarta-feira, o capacete de Eduardo Leite, perfurou o cérebro e saiu pela região entre os olhos, acima do nariz. O impacto foi de 300 quilos. Os bombeiros cortaram uma parte do vergalhão no local do acidente e levaram o ferido para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, onde a vítima, para espanto de todos, chegou falando normalmente. Eduardo foi submetido a uma cirurgia de cinco horas e não apresenta nenhum tipo de sequela.

— A equipe é muito bem treinada, e o anjo da guarda dele também estava de plantão — disse o médico Ruy Monteiro, chefe da Neurocirurgia do hospital, e que participou da cirurgia.

Segundo o diretor do Miguel Couto, Luiz Alexandre Essinger, o paciente está no Centro de Tratamento Intensivo (CTI), e respira sem a ajuda de aparelhos. Ontem, 24 horas após a cirurgia, almoçou normalmente e recebeu visitas da família.

— Não sabemos como o cérebro vai reagir daqui em diante. Vamos descobrir nos próximos dias. O cérebro é a parte do corpo mais difícil de prever — diz Essinger.

O vergalhão atingiu a parte do cérebro responsável pelas emoções. Eduardo poderia ter ficado sem memória, ou desorientado. Mas nada disso aconteceu:

— Ele está lúcido e consciente — diz o diretor do Miguel Couto.

Segundo Essinger, o paciente, depois de tanto azar, deu sorte. Se o vergalhão tivesse caído três centímetros para o lado, teria atingido a parte do cérebro responsável pela parte motora:

— Por três centímetros, ele estaria sem mexer os braços e as pernas. Se fosse apenas mais um centímetro para a direita, ele teria perdido um olho.


Risco de infecção

Segundo Essinger, o risco agora é que o paciente contraia uma infecção:

— Quando o vergalhão entrou no cérebro, levou também muita poeira, sujeira. Estamos medicando o paciente com antibióticos e, se tudo der certo, ele poderá ter alta em uma semana — disse Essinger.

Para evitar contaminar o cérebro com secreções dos seios da face, típicas de quem tem sinusite, por exemplo, o vergalhão foi puxado para baixo durante a cirurgia.

Membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, o médico Miguel Giudicissi Filho elogiou a atuação da equipe médica e explicou que somente após exames de médio e longo prazos será possível indicar o tipo de sequela do paciente. Segundo ele, não existe área do cérebro que seja afetada sem produzir algum dano, mas ele pode ser imperceptível:

— Os médicos mostraram habilidade e treino. Precisamos esperar novos exames, pode ser que a sequela seja pequena ou numa área não importante para o paciente.


Os médicos que salvaram a vida do paciente

O plantão de 12 horas estava apenas começando quando o neurocirurgião Ivan Sant’Ana, que estava na emergência do Hospital Miguel Couto, foi avisado que um homem com um vergalhão atravessado na cabeça tinha acabado de chegar. Com 35 anos de experiência, o médico, que trabalha também no Hospital do Andaraí, mandou chamar o chefe da neurocirurgia, Ruy Monteiro, e, em pouco tempo, começou a planejar, junto de Ruy, a cirurgia para a retirada do ferro. Ontem, nem mesmo ele acreditava no resultado tão bom, o paciente sobreviveu e não apresenta sequelas.

— Minha esposa disse que o “Homem” deu outra chance a ele. Casos assim não são comuns mesmo.

Ivan disse que não ficou nervoso com o tamanho da responsabilidade:

— Depois de 35 anos de neurocirurgia, você sabe dos riscos e se prepara. Não fica nervoso. Mas tem uma certa apreensão. O ferro passou bem perto de estruturas nobres do cérebro.

O cirurgião passou cinco horas operando o trabalhador. Ele disse que o momento mais delicado da cirurgia foi o da retirada do vergalhão:

— Nós escovamos o couro cabeludo do paciente e o pedaço de ferro que estava na entrada do ferimento para evitar que qualquer poeira entrasse e causasse uma infecção no cérebro. Depois, fomos retirando lentamente. Retirava um pouco, avaliava, retirava um pouco mais. Depois que o ferro saiu, lavamos o cérebro com muito soro e cauterizamos as áreas onde havia sangramento. O perigo agora é ele contrair uma infecção. O paciente está tomando muito antibiótico para evitar isso.

Quando o paciente chegou, curiosos tiraram fotos da vítima, ainda com o ferro na cabeça. O chefe da neurocirurgia, Ruy Monteiro, disse que o caso, apesar de inusitado, não surpreendeu tanto assim a equipe:

— Para a gente que trabalha em emergência, não é fácil levar um susto não. Mas, com certeza, esse caso não é habitual.

Há 19 anos no Miguel Couto, quatro deles como chefe da neurocirurgia, Ruy Monteiro, que também atua na rede privada, disse que a cirurgia foi feita pouco tempo após a chegada do paciente. E atribui o resultado à habilidade da equipe.

— É muito importante ter uma equipe preparada para qualquer situação. Já tratamos de uma machadada na testa, mas o paciente estava sem o machado. Estamos sempre prontos para o que for.

Notícia publicada no Jornal O Globo, em 16 de agosto de 2012.


Breno Henrique de Sousa* comenta

Por alguns centímetros

A separação entre a vida e a morte pode ser de alguns centímetros de distância ou alguns segundos que nos permitem escapar de um acidente. A morte parece uma constante que nos cerca, da qual sempre tentamos escapar, mas que um dia, fatalmente, nos pega.

Temos um dia certo para morrer ou estamos nas mãos da sorte? Será que tudo que nos separa da morte são os centímetros e os segundos? Essa perspectiva parece assustadora. A fragilidade da vida é assustadora desde que encaremos a vida do ponto de vista materialista e a morte como sendo a aniquilação. Esta perspectiva pode ser um dos fundamentos para medos patológicos como o pânico e o desespero.

Tudo é diferente quando enxergamos a vida através do olhar espírita. A fragilidade e a precariedade da vida se transformam em uma lição de desapego nos fazendo refletir que a qualquer momento, por mais que desfrutemos de boa saúde, podemos ser chamados ao “outro lado da vida”, deixando para trás todas as coisas que julgávamos importantes.

A iminência da morte nos demonstra o caráter provisório da vida. Ela é passageira. Em breve partiremos e a grande questão é: o que levamos para a outra vida? E o que deixamos de bom? É certo que em breve também voltaremos em um novo corpo para prosseguir nossa caminhada de aperfeiçoamento.

Para o Espiritismo, quando reencarnamos, temos uma programação que define em linhas gerais nossa existência. É planejado que gênero de vida teremos, fatos importantes, uma estimativa de tempo de vida física. Este planejamento desenrola-se naturalmente e somos levados intuitivamente e pelas circunstâncias que se nos apresentam “casualmente” para dar cumprimento ao mesmo. São estes “acasos” da vida, que na verdade não são nada casuais, que nos afastam alguns centímetros ou segundos da morte, que não deve chegar antes da hora planejada. Pelo livre-arbítrio, pode o homem alterar o curso planejado para sua existência. Pode alterar para melhor, superando as expectativas, ou para pior, por exemplo, interrompendo prematuramente sua vida pelo suicídio. Mas, mesmo entre aqueles que tentam o suicídio, existem os que falham em sua tentativa e escapam por razões misteriosas.

Deus, muitas vezes, permite que cheguemos à beira do abismo como uma lição para valorarmos a vida, para termos ciência de sua fragilidade e importância. Quantos não dizem depois de escapar da morte: “nasci de novo”, sendo renovados pela experiência e, muitas vezes, mudando sua perspectiva diante da vida. Hoje mesmo, vi na TV outra notícia de outro operário, também no Rio de Janeiro, que teve o pescoço atravessado por um vergalhão. Esse caso é menos impressionante do que o primeiro que teve o cérebro atravessado, mas, igualmente, por alguns centímetros, ele poderia ter perdido a vida. Alguns centímetros é a diferença entre uma bala perdida e uma bala que passa de raspão.

A vida física é precária e frágil, perene é apenas a vida espiritual que deve ser buscada com mais interesse. Estamos a apenas alguns centímetros de perder tudo o que faz parte da vida material, que se renova constantemente. Deus nos dá lições de desapego demonstrando-nos quais devem ser as maiores prioridades da existência.

* Breno Henrique de Sousa é paraibano de João Pessoa, graduado em Ciências Agrárias e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Paraíba. Ambientalista e militante do movimento espírita paraibano há mais de 10 anos, sendo articulista e expositor.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Estudo dirigido: O Livro dos Médiuns

No cap. VI, o codificador estuda as manifestações visuais. Em relação a esse tipo de fenômeno, marque V ou F, justificando sua resposta.
 
( ) Ocorrem mais comumente nas doenças e à noite.
( ) Pode ocorrer em condições normais, mas na maioria das vezes se manifesta em um estado especial.
( ) essa faculdade pode desenvolver-se pelo exercício, mas isso deve ser evitado.
( ) certos Espíritos poderiam ser vistos com a forma de animais.
( ) dois médiuns observam o mesmo espírito sempre da mesma forma.
( ) quando ocorrem durante o sono são chamados de visões.
( ) as partes menos precisas nas aparições são os membros inferiores.
 
( fonte: apostila de estudos das obras codificadas por Allan Kardec. IDE-JF/MG)


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Richard Simonetti artigo: Um Natal de Verdade

 
Um Natal de Verdade

A presença do rico automóvel diante da residência humilde, acontecimento inusitado naquela vila paupérrima e distante, despertou intensa curiosidade. Rostos surgiram nas janelas. Muita gente olhando de longe.
Desceram Gumercindo e Maria do Carmo, casal de meia-idade.
Sofrida mulher os atendeu, rodeada por três crianças tímidas grudadas em sua saia. No colo materno chorava um bebê, lamento ardido de fome… logo apareceu o marido, figura lastimável, barba por fazer, olhar assustado. O visitante quebrou o gelo:
– Estamos aqui em tarefa de amizade. Temos recebido incontáveis bênçãos de Deus, negócios prósperos, filhos saudáveis, casa ampla e confortável, muita fartura. No entanto, eu e minha esposa não nos sentimos em paz. O que nos sobra, falta em muitos lares. Isso vem pesando em nosso coração. Decidimos, por isso, ir ao encontro de nossos irmãos…
– Pois é – completou Maria do Carmo – gostaríamos de saber como vivem, suas dificuldades e problemas. Como poderemos ajudá-los. Iniciaremos nosso entendimento neste Natal, oferecendo-lhes brinquedos, roupas e alimentos, em nome de Jesus.
– Tenho certo de que foi Ele quem os inspirou – interrompeu, emocionado, o dono da casa. – Nossa situação é desesperadora. Estou desempregado há seis meses… já não temos recursos nem para a comida. A luz foi desligada por falta de pagamento… minha esposa está doente. As crianças cobram-me o presente. Querem saber por que Papai Noel não visita gente pobre. Eu decidira que a situação iria mudar, por bem ou por mal. Planejara assaltar abastada mansão. Enfrentaria a polícia, mataria se preciso, mas não regressaria ao lar de mãos vazias… No entanto, não sou criminoso. Tenho uma existência toda de trabalho honesto, cultivando respeito às leis… Os senhores salvaram-me de um pesadelo.
Sufocado pela emoção, derramando-se em lágrimas, o operário ajoelhou-se e beijou as mãos de seus benfeitores, sem que estes pudessem evitar o gesto extremo de humildade e reconhecimento.
Após alguns minutos de entendimento fraterno, Gumercindo e Maria do Carmo entregaram os presentes e partiram, levando a certeza de que aquela família teria um Natal feliz. Felicidade maior ia em seus corações. Haviam descoberto a insuperável alegria que o exercício da solidariedade proporciona.
***
A violência e o crime são desvios lamentáveis que se oferecem àqueles que transitam pelos caminhos da miséria e do infortúnio. A própria sociedade contribui para tão desastrosas opções ao ignorar a existência desses infelizes.
Quando nos dispusermos a superar as barreiras da indiferença, do comodismo, do apego aos bens transitórios, oferecendo amparo e orientação aos irmãos em dificuldade, a mensagem do Natal começará a ser observada, favorecendo a erradicação do mal.