segunda-feira, 6 de abril de 2009

Atigo: Vida e Morte - Parte II (Continuação)

5. A MORTE: CULTURA E RELIGIÃO

O Dr. Frank Mahoney, professor de Antropologia da Universidade do Havaí, mostrou a diferença entre a cultura americana e a da sociedade Micronésia, a dos Trukeses. Os americanos negam a morte e o envelhecimento; os habitantes das ilhas Truk (Pacífico) ratificam-na. Para estes a vida termina aos 40 anos de idade e a partir daí começa a morte.

As religiões têm exercido poderosa influência nas "atitudes" dos indivíduos com relação ao passamento. No Catolicismo, há a imagem do fogo eterno queimando nossas entranhas; nas Doutrinas Orientais, a volta do Espírito em um corpo animal. Além da questão religiosa, há os erros de abordagem: tudo termina com a morte; imersão no desconhecido; excesso de preparação para o desenlace; dúvidas com relação à imortalidade e ilusão de sermos indispensáveis à família.

6. O BINÔMINO VIDA MORTE

Sentido físico: ter um corpo e desaparecer com o corpo

Sentido psicológico: a cada nova idade morre uma fase e nasce outra. O próprio nascimento já é uma morte, porque o bebê separou-se do ventre materno.

Sentido filosófico: pensar criticamente está vivo; pensar dogmaticamente morto.

Sentido religioso: a noção da vida eterna. Morrer para nascer de novo.

Para que haja vida, temos de vivenciá-la integralmente. Será que estamos inteiros naquilo que estamos fazendo?

7. EXPECTATIVA DA VIDA ALÉM DA MORTE

Os pensadores da humanidade desenvolveram, ao longo do tempo, três concepções de mundo: Materialista, Idealista e Religiosa. De acordo com essas concepções, construíram as diversas doutrinas. As mais importantes para o propósito de nossos estudos dizem respeito ao Niilismo, ao Panteísmo, ao Dogmatismo Religioso e ao Espiritismo.

Para o Niilismo, a matéria sendo a única fonte do ser, a morte é considerada o fim de tudo. Para o Panteísmo, o Espírito, ao encarnar, é extraído do todo universal; individualiza-se em cada ser durante a vida e volta, por efeito da morte, à massa comum. Para o Dogmatismo Religioso, a alma, independente da matéria, é criada por ocasião do nascimento do ser; sobrevive e conserva a individualidade após a morte. A sua sorte já está determinada: os que morreram em "pecado" irão para o fogo eterno; os justos, para o céu, gozar as delícias do paraíso. Para o Espiritismo, o Espírito, independente da matéria, foi criado simples e ignorante. Todos partiram do mesmo ponto, sujeitos à lei do progresso. Aqueles que praticam o bem, evoluem mais rapidamente e fazem parte da legião dos "anjos", dos "arcanjos" e dos "querubins". Os que praticam o mal, recebem novas oportunidades de melhoria, através das inúmeras encarnações. (Kardec, 1975 p. 193 a 200)

8. O TEMOR DA MORTE

Allan Kardec, no livro O Céu e o Inferno, trata exaustivamente do problema da morte. Diz-nos que o temor da morte decorre da noção insuficiente da vida futura, embora denote também a necessidade de viver e o receio da destruição total. Segundo o seu ponto de vista, o espírita não teme a morte, porque a vida deixa de ser uma hipótese para ser realidade. Ou seja, continuamos individualizados e sujeitos ao progresso, mesmo na ausência da vestimenta física.

9. CONCLUSÕES

Não sejamos como espectadores de vitrine. Observemos, pensemos e tiremos as nossas conclusões: quem sabe não estamos agindo como se estivéssemos mortos diante da abertura espiritual que a vida nos concede a cada instante?

10. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ARIES, P. História da Morte no Ocidente: da Idade Média aos nossos Dias. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1977.GARCIA MORENTE, M. Fundamentos de Filosofia - Lições Preliminares. 4. ed., São Paulo, Mestre Jou, 1970.KARDEC, A. O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo. 22 ed., Rio de Janeiro, FEB, 1975.KARDEC, A. Obras Póstumas. 15. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1975.LALANDE, A. Vocabulário Técnico e Crítico de Filosofia. [tradução de Fátima Sá Correia ... et al.]. São Paulo, Martins Fontes, 1993.LEGRAND, G. Dicionário de Filosofia. [Trad. de Armindo José Rodrigues e João Gama]. Lisboa, Edições 70, 1986.

(http://www.ceismael.com.br/artigo/artigo096.htm)

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