segunda-feira, 13 de julho de 2015

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970

 

Livro em estudo: Nos Bastidores da Obsessão – Editora FEB - 1970

Autor: Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco

A004 – Prolegômenos - 2ª parte

Prolegômenos - parte 02

Fazendo-se ligeiro levantamento através da História — e os acontecimentos têm sido registrados em todas as épocas do pensamento, mesmo nas mais recuadas —, surpreendemos, ao lado dos alienados de qualquer procedência, magos e sacerdotes manipulando exorcismos e orações com que pretendiam afastar os Espíritos atormentadores, que se comprazem em vampirizar ou exaltar suas vítimas em infeliz comércio entre os dois planos da vida: o corporal e o espiritual.

Os livros sagrados de todos os povos, desde a mais remota antigüidade oriental, em se referindo às leis morais, reportam-se à vida extraterrena. às consolações e às penalidades impostas aos Espíritos — tal como se a informação tivesse sido haurida na mesma fonte, tendo como única procedência a inspiração dos desencarnados — estudando, igualmente, as aflições e perturbações de origem espiritual, que remontam às vidas pregressas...

Considerados inicialmente como anjos maus ou demônios, ao tempo de Jesus, foram por Ele classificados de (espíritos Imundos», com os quais se defrontou, reiteradas vezes, durante a jornada vivida na Terra.

Todos os grandes pensadores, artistas, escritores, filósofos do passado, “psi” de religiões», “doutores da Igreja», são unânimes em atestar as realidades da vida além da carne, pelos testemunhos inconfundíveis da imortalidade.

Aos Espíritos dos ditos mortos se referem Anaxágora, Plutarco, Sócrates, Heródoto, Aristóteles, Cícera, Horácio, Plínio, Ovídio, Lucano, Flávio José, Virgílio, Dionisio de Halicarnasso, Valério Máximo... que, em seus relatos, apresentam farta documentação comprobatória do intercâmbio espiritual, citando outras não menos célebres personagens do seu tempo.

Ricos são os comentários sobre as aparições, as casas (assombradas», os (avisos) e as consultas nos santuários de todas as grandes Civilizações.

Mais tarde Lactâncio, Orígenes, Ambrósio, Basílio e Arnóbio dão farto e eloquente testemunho das comunicações com os desencarnados.

A Escola Neoplatônica de Alexandria, através dos seus mais expressivos vultos, pregando a multiplicidade das existências (reencarnação), afirma, por intermédio de Plotino, Porfírio, Jâmblico, Próclus, a continuidade da vida concedida ao princípio espiritual.

A Idade Média foi farta em provas sobre os desencarnados. “Anjos” e “espíritos imundos” sübitamente invadiram a Europa, e os “inspirados” e “endemoninhados”, os “adivinhos» e “feiticeiros” foram levados à pira crematória, sem que conseguissem extingui-los.

Das primeiras lutas entre o Empirismo e o Racionalismo intelectual à Era Atômica, filósofos e cientistas não ficaram indiferentes aos Espíritos... No século 19, porém, fadado pelas suas conquistas a servir de base ao futuro, no que diz respeito ao conhecimento, a sobrevivência mereceu por parte de psicólogos e psiquistas o mais acirrado debate, inaugurando-se a época das investigações controladas cientificamente.

Foi nesse período que Allan Kardec, convidado à liça da cultura e da informação, empunhando o bisturi da investigação, clareou, com uma Filosofia Científica — o Espiritismo, calcada em fatos devidamente comprovados, os escaninhos do obscurantismo, oferecendo uma terapêutica segura para as alienações torturantes, repetindo as experiências de Jesus-Cristo junto aos endemoninhados e enfermos de toda ordem.

Classificou como obsessão a grande maioria dos distúrbios psíquicos e elaborou processos de recuperação do obsidiado, estudando as causas anteriores das aflições à luz das reencarnações, através de linguagem condizente com a razão, e demonstrável experimentalmente.

A Codificação Kardequiana, como um monumento granítico para os séculos porvindouros, certamente não resolveu o “problema do homem”, pois que este ao próprio homem é pertinente, oferecendo, todavia, as bases e direções seguras para que tenha uma vida feliz, ética e socialmente harmoniosa na família e na comunidade onde foi chamado a viver.

Psiquistas de nomeada, advertidos pelos resultados observados na Europa e na América, em torno do fascinante assunto — comunicabilidade dos Espíritos —, empenharam-se, então, em laboriosas experiências, criando, alguns, por mais compatível com as suas investiduras acadêmicas, sucedâneos para a alma, que introduziram na genética da Biologia, negando àquela o direito à legitimidade. O Professor Gustavo Geley, por exemplo, criou a designação de “dínnamo-psiquismo”, Pauley, a de “consciência profunda”, Hans Driesch a de “enteléquias” e teorias metapsíquicas vieram a lume, em ferrenho antagonismo à imortalidade, esgrimindo as armas do sofisma e da negação, sem conseguirem, no entanto, resultado positivo.

O célebre Professor Charles Richet, estimulado pelas experiências eminentemente científicas de Sir» William Crookes, elaborou a Metapsíquica e, ao despedir-se da sua Cátedra de Fisiologia, na Universidade de Paris, deixou ao futuro a satisfação de confirmar, de negar ou desdobrar as suas conclusões.

Com o advento da moderna Parapsicologia, novos sucedâneos têm sido criados para o espírito imortal e, enquanto os pesquisadores se demoram no problema da designação nominativa que inspira debates e celeumas, a Doutrina Espírita, lecionando amor e fraternidade, estudo e conhecimento da vida sob a inspiração dos Imortais, distende braços e liberta das malhas vigorosas da obsessão aqueles que, por imprevidência ou provação, se deixaram arrastar aos escuros precipícios da anarquia mental, perturbados ou subjugados por forças ultrizes da Erraticidade, prescrevendo as mesmas diretrizes morais insertas no Evangelho de Jesus-Cristo, vivido em espírito e verdade.

QUESTÕES PARA ESTUDO

1 – A partir da leitura do texto de Miranda, observa-se que os fenômenos mediúnicos sempre estiveram na humanidade e foram anotados por diversos pesquisadores antigos e modernos. Qual foi, porém, o diferencial apresentado pelo Espiritismo no estudo destas manifestações?

2 – O Espiritismo oferece excelente resposta para o “problema do homem.” Em que consiste esta resposta? Isto é, qual é a proposta espírita, alicerçada nas suas três bases fundamentais, para solucionar o problema do homem?

3 – Por que os modernos estudos da Parapsicologia e das ciências psíquicas ainda não conseguiram dar respostas ao problema do homem?

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