sábado, 25 de novembro de 2017

A missão da Arte

A missão da Arte

A Arte é das mais profundas formas de expressão que o espírito pode encontrar sobre a Terra.
Quando penetrada por ideais de excelência, cabe à Arte o labor de cooperar no desenvolvimento da estesia nas criaturas de Deus.
Assim, o artista é alguém dotado dessas sutis percepções, tendo possibilidades, muitas vezes, de captar a vibração superior da Vida, as ondas luminosas de esferas cerúleas e apresentar aos homens o produto de sua filtragem.
O artista imbuído da Arte que se agita nos painéis do Cosmo, quando segue fiel aos preceitos do equilíbrio da realização do bem, não poucas vezes se faz intérprete de fulgurantes mensagens, depositário que se torna dos fulgores estelares.
Cooperador de Deus, cabe ao artista desenvolver ou colaborar para que se desenvolvam nos seres humanos os sentimentos do belo, do inefável, do indefinível.
Não é por outra causa que deparamos com artistas de níveis variados, atendendo aos Programas da Divindade nos Patamares mais diversos pelo mundo.
Dos tambores rústicos da selva aos violinos apaixonados e rútilos concertos, vemos a Presença de Deus.
Do totem dos prístinos dias da tribo, às esculturas de Miguel Ângelo, na Europa, percebemos a Presença de Deus.
Das evocações do vozerio rítmico dos polinésios às mais formidáveis sinfônicas do mundo, sentimos a presença de Deus, conduzindo seus filhos ao amadurecimento estético, aos voos mais altos da sensibilidade, a fim de que o compreendam, gradativamente, na fileira evolutiva.
Não podemos ignorar, contudo, que aparecem aqui e ali, em muitos lugares, e mesmo que luxuriam em vários locais no mundo, almas infernizadas em si mesmas, marcadas pelos instintos rebaixados do crime, possuidores de pulsões anímicas aberrantes, que se mostram como artistas, impondo aos despreparados e incautos as alucinações íntimas as quais nomeiam como arte.
No momento em que vive a Humanidade em meio de tantas confusões conceptuais e do gargalhar do deboche, mesmo nas áreas onde deveria vigorar o legítimo e o são, a irrisão campeia, a loucura toma foros de destaque e se projeta nas telas como pautas, nos palcos como na literatura, enrodilhando um incontável número de indivíduos em suas sombras.
Na hora torturante pela qual passam os homens da Terra encontramos grande leva de considerados artistas que, ignorando a sua missão de contribuir com a Obra do Criador, enleiam-se nos fios da vaidade e ao revés de prestarem homenagem à Vida Cósmica por meio da sua arte, põem-se como centros dessa arte, buscando o aplauso e a fama, a riqueza e os  fogos-fátuos que brilham por pouco tempo, deixando trevas e amargores, lágrimas e frustações nas almas dos desprevenidos comerciantes da Arte.
Se identificas em tuas possibilidades a presença do Senhor a se fazer através de diversificada expressão artística, eleva-te, aprimora-te, ilumina-te, conquista-te e deixa-te a ti mesmo penetrar pelas vibrações dos seres Angélicos, que honram a Deus, espargindo amor e saúde pelo Universo, a fim de que, ao longo dos tempos, participes dos seus misteres.
Fazer arte, em verdade, é louvar a Deus alcandorando os seres da Humanidade.
Engaja-te nesse labor e deixa brilhar, também aí, a tua luz.

Camilo
(TEIXEIRA, José Raul. Pelo Espírito Camilo. Vozes do Infinito.

Niterói: Editora Frater. 1991, p. 37).

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