terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Bebê que nasceu com coração fora do corpo supera expectativas e se recupera

Fergus Walsh
BBC News


Uma bebê que nasceu com o coração fora do peito superou as expectativas, sobreviveu às cirurgias para resolver o problema e agora se recupera dos procedimentos no Reino Unido.
O parto de Vanellope Hope Wilkins ocorreu há três semanas. A menina não tem o esterno, osso que compõe a caixa torácica, onde fica o coração e o pulmão. Sua condição, conhecida como ectopia cordis, é extremamente rara, com apenas alguns poucos casos registrados a cada 1 milhão de nascimentos - a maioria deles natimortos.
O hospital Glenfield, em Leicester, na região central do país, onde a bebê está internada, disse desconhecer casos no Reino Unido em que um recém-nascido com este mal tenha sobrevivido.
Seus pais, Naomi Findlay, de 31 anos, e Dean Wilkins, de 43 anos, dizem que a menina foi uma "verdadeira guerreira". "Quando o ultrassom mostrou seu coração fora do peito, foi um choque. Deu muito medo, porque não sabíamos o que aconteceria", diz a mãe.
Um teste mostrou que não havia nenhuma anormalidade nos cromossomos da bebê, e o casal decidiu prosseguir com a gravidez. "Fomos aconselhados a interromper a gestação, já que as chances de ela sobreviver eram quase zero. Ninguém acreditava que ela conseguiria, a não ser nós dois", afirma o pai.
Naomi diz que "não era capaz" de fazer o aborto. "Vi seu coração batendo com apenas nove semanas de gestação, não importa onde. De certa forma, sua força me ajudou a seguir em frente."

Grande equipe

Vanellope deveria ter nascido no Natal, mas veio ao mundo em uma cesariana em 22 de novembro para reduzir as chances de infecção e de prejuízos ao coração.
Havia cerca de 50 obstetras, cirurgiões cardíacos, anestesistas, enfermeiros neonatais, parteiras e outros profissionais de saúde presentes no momento.
A bebê passou pela primeira das três cirurgias necessárias para colocar o coração de volta no seu peito 50 minutos após nascer. Na mais recente, a própria pele de Vanellope foi usada para cobrir a abertura que havia no tórax.
"Antes de ela nascer, as perspectivas eram muito ruins, mas agora são bem melhores. Vanellope está indo muito bem, provou ser muito resiliente", diz Frances Bu'Lock, consultor em cardiologia pediátrica.
"No futuro, poderemos colocar algum tipo de proteção óssea para seu coração, talvez usando impressão 3D ou algo orgânico que cresça dentro dela."
Nos EUA, crianças como Vanellope também sobreviveram em alguns poucos casos, entre elas Audrina Cardenas, que nasceu no Texas em outubro de 2012. Ela foi para casa três meses após passar pela operação, com uma capa plástica protetora sobre o coração.
O hospital Glenfield afirma que Vanellope ainda tem "um longo caminho pela frente". O principal risco é de uma infecção.
O próximo passo é que a bebê consiga respirar sem a ajuda dos aparelhos que estão ajudando em sua recuperação.
"Ela está desafiando todas as expectativas. É mais do que um milagre", afirma o pai.
O casal batizou a bebê como Vanellope inspirados por um personagem da animação Detona Ralph (2013), da Disney.
"No filme, Vanellope é uma verdadeira guerreira que, no fim, vira uma princesa. Então, achamos que combina", diz a mãe.
Notícia publicada na BBC Brasil, em 13 de dezembro de 2017.

Humberto Souza de Arruda* comenta

Amor, este tão complexo sentimento, que ainda é incompreendido por muitos e desejado por vários outros, foi muito bem demonstrado nesta historia da bebê Vanellope. Primeiramente o amor dos pais pela filha antes de ela nascer, descartando totalmente a recomendada interrupção da gestação. E também o amor da Vanellope pela vida, por não ter desistido de lutar. E não menos importante, o amor da grande equipe médica com varias dezenas de profissionais em prol de uma vida.
Diante deste nobre sentimento podemos analisar fraternalmente o que envolve uma prova deste tipo. Uma gestação complicada, um parto complicado e uma infância complicada. Uma oportunidade grandiosa de vivenciar o amor divino em reunir as pessoas certas em momentos certos para provas certas, por merecimentos certos para cada integrante deste enorme grupo que envolve a Vanellope.
Mas tantos outros casos nos trazem estes ensinamentos, seja em graves problemas neurológicos, ortopédicos, respiratórios, cardíacos, estéticos, musculares, cutâneos e tantas outras formações irregulares. E que também trazem muitas dores à família e aos próprios portadores de tais enfermidades.
E dores, também, que vêm da incompreensão de fatos constantemente questionados nestes casos. Como o de acontecerem justo com crianças recém-nascidas, familiares com baixa renda, ou tantos outros, como até abandono dos pais. São realmente provações além da capacidade humana se não entendermos a lógica da amorosidade Divina.
Conceitos como reencarnação, afinidade espiritual e causa e efeito nos trazem consolo e a libertação que precisamos para nosso constante aprendizado em saber entender e sentir estas situações que não são somente para a família destes irmãos, mas sim para a sociedade toda. Consolo que poderemos vivenciar nossa melhora espiritual, sempre com Jesus ao nosso lado, através das muitas existências que teremos para nos melhorar. E libertação quando podemos entender como se livrar de sentimentos negativos como raiva e rejeição ao questionarmos porque estamos neste lugar e sob esta condição. Como no caso da pequena Vanellope, ou tantas outras crianças que vêm lutando pela vida a cada dia com patologias complicadíssimas e em comunidades de baixíssimos recursos científicos e monetários.
Assim, vemos que recebemos amorosamente de Deus, pai de amor e infinitamente bom e justo, os recursos materiais necessários para experimentarmos, na nova existência, as informações que aprendemos em existências pretéritas.
Numa analogia um tanto pobre, mas ilustrativa, sabemos que um aluno, por mais participativo, estudioso e assíduo, não está livre de ser submetido aos testes e provas da escola. Desta forma, e muito mais complexa e elaborada, é a lógica da reencarnação.
Estamos em um mundo de provas e expiações. Provando o que sabemos e internalizamos, ou expiando os equívocos pretéritos através de limitações que podem ser físicas. Sim, normalmente com dor a expiação, mas não necessariamente com sofrimento. Como vemos em vários casos de pessoas com sérios comprometimentos físicos, mas sim de uma alegria contagiante.
“Se não aprendemos por amor, aprendemos pela dor.” Este pensamento, que ainda é muito comum, está equivocado. Seja em uma existência ou em outras, aprenderemos sempre pelo amor. A dor pode nos dar a oportunidade para despertar o aprendizado amorosamente, se assim permitirmos.
Desta forma e lembrando sempre do Pai de Amor que é Deus. Não passaremos nenhuma privação por mais tempo que precisamos para o andar de nosso processo evolutivo. Não existe punição divina. Cada prova ou expiação que precisamos passar é necessária ao indivíduo assim como à família que este esta inserido.
Estamos no lugar certo, no momento certo e na companhia certa. Deus escreve certo por linhas certas. As múltiplas existências nos mostram que ainda vemos injustiças, mas não existem injustiçados.
* Humberto Souza de Arruda é evangelizador, voluntário em Área da Promoção Social Espírita (APSE) e colaborador do Espiritismo.net.

Nenhum comentário:

Postar um comentário