domingo, 18 de fevereiro de 2018

QUAL SUA OPINIÃO DENTRO DA VISÃO ESPÍRITA? - DIVALDO P FRANCO COM HAROLDO DUTRA DIAS 13 02 2018


15 comentários:

  1. O que rola pelo facebook:

    Ely Matos está se sentindo incomodado.: " Sim, o Espiritismo precisa ser divulgado. Não, não precisa ser no formato "programa de auditório"."
    E C Concordo com você Eli... também me senti desconfortável ao assistir certas postagens.

    L I Concordo. Já basta as igrejas neo nãoseioque

    G L G é mais um modo de idolatrar os médiuns estrelas

    M F Isso foi no congresso espírita aqui de Goiás nesse carnaval. Eu gostei desse formato! Foi mais um bate papo com o congresso jovem e não um programa, embora transmitido na internet.

    R C É muito importante entendermos o contexto. A crítica é de fundamental importância, principalmente nesta fé que deve ser sempre raciocinada, mas mais importante que qualquer crítica é sabermos o quê estamos criticando.

    O V Verdade, no congresso Espírita de Goiás tem o congresso jovem e infantil em alas separadas. Esse foi no encerramento um acontecimento para os jovens no formato jovem.

    M L A O problema claramente não está no formato do programa, mas com as declarações.

    Ely Matos Menina, forma e conteúdo andam de mãos dadas, rs

    M L A Ih amigo! Não concordo não...acho o modelo auditório jovem, aberto e dinâmico, mas precisamos analisar se os entrevistados tem esse perfil, tem essa habilidade, o que não tem nada a ver também com o próprio Espiritismo, mas com a pessoa que está propagando naquele cenário.

    Ely Matos Amiga, precisamos acabar com essa distinção de "espiritismo para jovens"...Espiritismo é pra todo mundo...

    M L A É... Agora entendi. Assisti aqui a entrevista do Haroldo que o Divaldo cita. É isso mesmo. Me assustei com a forma que o Divaldo se colocou, meu coração quis abrandar pro Divaldinho, rs achando que fosse, quem sabe, o problema com o formato, podia, talvez não estar acostumado... Não sei quais subterfúgios mentais usei aqui.... Rsrs mas é isso mesmo que ele quis dizer. Ok também. Vamos acolher a opinião dele, é só a opinião dele.

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  2. Espíritas progressistas respondem à entrevista coletiva de Divaldo Franco e Haroldo Dutra no congresso de Goiás:

    Espíritas que somos, os abaixo-assinados, tornamos pública a nossa desaprovação a diversas opiniões que foram expostas no vídeo que circulou essa semana nas redes sociais, e que depois foi retirado do Youtube. Declaramos que elas não nos representam e não representam o espiritismo, pois são apenas opiniões pessoais de seus autores, e que, em nosso entender, carecem de fundamento teórico e científico.

    Aliás, médiuns e oradores não têm autoridade para falar em nome do espiritismo. Ninguém tem essa autoridade, nem mesmo instituições federativas. O espiritismo é uma ideia livre, cuja maior referência é Kardec, mas cujos livros também não podem ser citados como bíblia. Para manifestarmos ideias e posições do ponto de vista espírita, segundo a própria metodologia proposta por Kardec, temos de dialogar com a ciência de nosso tempo, usar argumentos racionais e adotar de preferência posturas que estejam de acordo com os princípios básicos da ética espírita, que são os da liberdade de consciência, amor ao próximo, fraternidade, entre outros.

    O movimento espírita brasileiro está longe da unanimidade em todos os temas, sobretudo os que se referem a questões contemporâneas e, por isso, é importante delimitar as posições, para deixarmos claro que declarações como as que foram feitas neste vídeo não representam o espiritismo.
    (continua)

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  3. Dessa forma, rebatemos alguns pontos da referida entrevista:

    1) Divaldo referiu-se à República de Curitiba e a seu suposto “presidente”, Sérgio Moro. Não existe uma República de Curitiba, pois segundo nossa Constituição só há uma República a ser reconhecida em nosso território, e é a República Federativa do Brasil. E a referência a um juiz federal de primeiro grau como o Presidente desta acintosa República é um grave desrespeito ao Estado, à nação brasileira, atribuindo a tal república poderes inexistentes em nossa Constituição. Além dessa nociva postura marcadamente messiânica e de culto à personalidade, pode dar a entender que o restante do povo brasileiro não presta e que não há pessoas boas espalhadas pelo Brasil dando o melhor de si.

    2) Divaldo chama esse mesmo juiz de “venerando” – o que é altamente questionável, dadas as críticas de grandes juristas nacionais e internacionais à parcialidade desse juiz e a seus atos de ilegalidade, que feriram a Constituição, e às notícias que correm na mídia de seu conluio com determinados segmentos e partidos.

    3) Divaldo assume uma postura claramente partidária, contrária ao PT – o que é de seu pleno direito, mas nunca em nome do espiritismo – fazendo, porém, uma crítica rasa, com uma miscelânea conceitual, chamando o governo desse partido de marxista e assumindo um discurso próprio da polarização extremista, manipulada e sem consistência que invade nossas redes sociais e nossa vida política, contribuindo para os momentos de incertezas e de medos em que vivemos.
    (continua)

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  4. 4) Há uma fala extremamente problemática que se refere à chamada “ideologia de gênero”. Não existe “ideologia de gênero” – este é um termo criado por setores fundamentalistas da Igreja Católica e depois adotado pelas Igrejas Evangélicas. Existe sim uma área de pesquisa no mundo que se chama “Estudos de Gênero” – que teve influência de Michel Foucault, Simone de Beauvoir e Judith Buttler. Os “Estudos de Gênero” se dedicam a procurar entender como se constitui a feminilidade e a masculinidade do ponto de vista social, se debruçam sobre questões de orientação sexual, hetero, homo, transsexualidade – ou seja, todos fenômenos humanos, que estão diariamente diante de nossos olhos. Podemos concordar com algumas dessas conclusões, discordar de outras, deixar em suspenso outras tantas. Esse olhar é muito recente na história e ainda estamos apalpando questões profundas e complexas – e em nosso ponto de vista espírita, não é possível ter plena compreensão delas sem a chave da reencarnação. Uma abordagem puramente materialista jamais vai dar conta do pleno entendimento do psiquismo humano. Mas estamos muito longe de ter gente reencarnacionista competente, fazendo pesquisa séria, para dialogar com pesquisadores com abordagens meramente sociológicas ou psicológicas. Então, nós espíritas, não temos ainda melhores respostas que os outros e não podemos, por cautela, seguir a cartilha dos setores conservadores mais radicais de generalizar esses estudos sob o termo, usado aqui pejorativamente, de ideologia, para desqualificá-los como “imoralidade ímpar”. Parece-nos que uma dose de humildade científica, prudência filosófica e bom-senso faria bem a todos nesse ponto, especialmente quando o domínio sobre os corpos e a sexualidade sempre foi um ponto central para as religiões ocidentais.

    5) Divaldo revela também completo desconhecimento dessa área de estudos de gênero, alinhando-a ao marxismo e ao comunismo. As grandes lideranças desses estudos estão nos Estados Unidos e na Europa. Aliás, os estudiosos desse tema encontram-se em diversas correntes de pensamento, desde marxistas até pós-modernos de diferentes matizes e até liberais. Ao fazer isso, mais uma vez, mostra a adesão a um discurso pronto, midiático, que ressoa nos setores evangélicos e católicos mais radicais, que primam por taxar qualquer ideia ou debate que lhes desagrade com o termo “comunista” – um grande espantalho generalizante, simplista e esvaziado de sentido, mas que tem sido eficaz, ao longo dos tempos, para dar forma a medos sociais e, assim, orientar o ódio e o ressentimento das pessoas contra certos alvos.
    (continua)

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  5. Por fim, deixamos aqui as seguintes afirmações:

    • Nenhum médium ou orador pode falar em nome de todos os espíritas ou em nome do espiritismo. Isso é, por si só, desonestidade intelectual;

    • Quando um espírita, sobretudo se tem influência sobre a comunidade, manifesta uma ideia ou uma opinião, tem por dever se informar sobre os temas de que está falando, usar referências confiáveis e estar em consonância com a lógica, com a ciência e com o bom senso.

    • Deve também, preferencialmente, defender os direitos dos mais fragilizados socialmente, no caso, as mulheres, as crianças, os membros da comunidade LGBT+, que são objeto dessas discussões dos estudos de gênero, justamente por estarem vulneráveis a todo tipo de violência e desrespeito em nossa sociedade, além dos negros e negras, as juventudes periféricas e as pessoas com deficiência.

    • Não deve alimentar discursos de ódio partidário e nem medidas punitivas contra quem quer que seja: nossa bandeira é a da educação, da fraternidade entre todos e da paz, comprometidos com a democracia, a justiça social e a regeneração da sociedade.

    (após o texto aparece as assinaturas dos integrantes do espiritas progressistas)

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  6. EM DEFESA DE DIVALDO FRANCO
    VIDEO EM: https://www.youtube.com/watch?feature=share&v=sf5Bnf2RFw0&app=desktop

    Na terça-feira de Carnaval, dia 13/02/18, a programação do 34ª Congresso Espírita do Estado de Goiás definiu o evento "Bate Papo - Divaldo Franco, Haroldo e jovens. Tema – O Jovem e a Gênese do Bem".

    Entre as diversas perguntas apresentadas aos dois expositores, Divaldo Franco foi questionado sobre "o que dizer sobre a ideologia de gênero?".

    O vídeo está sendo divulgado nas redes sociais espíritas e tem provocado uma onda de ódio por parte de pessoas que dizem seguir ou admirar a Doutrina dos Espíritos.

    O palestrante Jefferson Bellomo, neste vídeo, demonstra que o grande orador baiano esbanja conhecimento doutrinário, histórico e é firme em sua posição em defesa do Espiritismo.

    O vídeo originalmente assistido foi retirado do ar juntamente com os comentários. Segue um outro com o mesmo conteúdo, mas com outros comentários.
    https://www.youtube.com/watch?v=n7NXg...

    Os vídeos citados são:

    Ideologia de Gênero do "Seminário Vida":
    https://www.youtube.com/watch?v=SnURH...

    Comentários no site:
    https://www.youtube.com/watch?v=UmIVs...

    Haroldo Dutra:
    https://www.youtube.com/watch?v=QZ28H...

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  7. Sobre a Fé inabalável dos Espíritas (o caso Divaldo Franco e a ¨Ideologia de Genêro¨)

    Ler em:

    http://goianidades.com/artigo-sobre-a-fe-inabalavel-dos-espiritas-o-caso-divaldo-franco-e-a-ideologia-de-genero/

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  8. O Vinícius Lara, ontem no facebook - muito boa a colocação:

    Ainda sobre o Espiritismo, o Movimento Espírita e a União.

    Divaldo Franco é uma grande alma no contexto de nossa tarefa espírita. Ao longo de sua trajetória acumula enormes feitos e conquistas para o espiritismo no Brasil e fora do país, por onde caminha difundindo sim os princípios kardequianos. Sua figura é digna de consideração e respeito de todos nós.

    Acima de tudo é importante deixar isto claro.
    Diante de sua entrevista e de Haroldo sobre a questão da “ideologia de gênero” acontecida há pouco no Congresso de Goiás, não creio que a forma como se expressou tenha sido das melhores e acredito também que enquanto emitia sua opinião a respeito de um tema específico, acabou se envolvendo na grande polêmica político-partidária em curso no Brasil. Isto abre o espaço da divergência saudável, mas jamais deverá ser motivo para agressão e violência.

    Amigos, não somos espíritas de uma facção ou de outra; não estamos em lados opostos da verdade. Em realidade vivemos cada um de nós suas provas e obscurecimentos particulares que se avolumam e condensam no halo mental coletivo. E a forma como estamos digerindo este momento não está demonstrando amadurecimento, mas antes, como enquanto movimento espíritas, adotando este ou aquele entendimento, não sabemos dialogar e, sobretudo, ouvir.

    O Movimento Espírita Brasileiro - como o Católico, o Evangélico, o Budista ou as Universidades - possui milhares de problemas e esquisitices. Há sim muita coisa que não compõe o método espírita de análise da realidade, sendo pasteurizada e vendido por aí, literalmente, mas existe algo acima disso tudo. Partilhamos uma robusta filosofia e uma profunda moral. Estamos sentados na mesma mesa, embora possamos pedir pratos distintos e ainda assim confraternizar.

    Discordo dos apontamentos de nosso Divaldo Franco, mas respeito no limite das forças sua figura e sua trajetória. Não façamos das redes sociais campo de batalha, porque esta conduta não fará com que dialoguemos mais ou melhor. A menos que reconheçamos entre os companheiros espíritas alguém explicitamente mal intencionado, sempre haverá espaço para nos desarmarmos e convergirmos. Todos estamos buscando a iluminação e tentando superar os sofrimentos da vida. Por que não fazer isso juntos?

    O Brasil está em chamas e talvez o resultado desta polarização extrema seja percebido com clareza apenas em 10 anos ou mais, faremos isso também com o Espiritismo? Construamos nossas práticas particulares com dedicação e afeto, recebamos aqueles que como nós estão em algum tipo de sofrimento, e construamos com dignidade o MEB que esperamos. Não ataquemos a quem quer que seja, isto não é Espiritismo.

    Imagino que alguns companheiros poderão ler esta página e se sentir incomodados, mas no fundo do meu coração tenho clareza que mesmo com todas as discordâncias possíveis, caso eu dedique meu tempo a apedrejar quem seja, neste momento, o Espiritismo terá falhado para mim. Como me disse um amigo querido, toda esta situação está mostrando que de um lado os expoentes do nosso Espiritismo podem se confundir, e de outro, que ainda estamos, muitos de nós, com pedras nas mãos apenas esperando este momento para extravasar nossas inconformações.

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  9. Divaldo, Chico, direita e esquerda. Onde está o centro?

    21 de fevereiro de 2018



    Para o espiritismo, como de resto para a sociedade em que a liberdade de pensamento e expressão é garantida constitucionalmente, não há cidadão imune à responsabilidade pelas suas opiniões.

    Quando o manifesto crítico a Divaldo Franco apareceu na lista da Abrade, afirmei que eu também assinaria embaixo. A questão, para mim, está clara: as opiniões exaradas pelo médium na entrevista que deu origem ao manifesto são absurdas do ponto de vista do bom senso que caracteriza a racionalidade espírita. Pouco importa assinalar se o manifesto contém pontos convergentes e divergentes, pois raros são os discursos críticos de qualquer natureza que não esbarram neste aspecto. O que é relevante é o fato de que é preciso colocar em discussão as opiniões, de quem quer que seja, quando estas ferem os princípios elementares do bom senso e da lógica que caracterizam a doutrina espírita, em especial, quando essas opiniões pertencem a líderes de expressão, como é o caso presente de Divaldo Franco, aqui, pelas repercussões elevadas à potência máxima que geram. Ora, o que está no foco das atenções é o conhecimento e suas interpretações, coerentes ou não, que repercutem na sociedade, na eterna dualidade do bem e do mal, do certo e do errado, da verdade e da mentira. Ao direito de opinião se opõe o direito da discordância, que mais não é que direito de opinião também. A liberdade de pensamento e expressão emerge das conquistas do ser ao longo de suas múltiplas experiências no corpo físico e se insere entre os direitos supremos, inalienáveis, como ensina Kardec.



    Nessa discussão, são questões periféricas a obra social de Divaldo Franco, a opinião dos discordantes na forma de manifesto coletivo, os aspectos políticos contidos na opinião de Divaldo e na opinião dos que assinam o documento, bem como seu enquadramento enquanto posicionamento de esquerda ou de direita, a reclamada preservação da história do médium e da obra social de Divaldo em nome da qual dever-se-ia deixar de lado a discussão, bem como o fato da radicalização dos discursos, da qual muitos não conseguem fugir. Estas e outas questões secundárias não podem se sobrepor ao fato principal, que é o da análise das opiniões emitidas pelo médium de forma pública, uma vez que se deu em evento amplamente divulgado pelos meios de comunicação, com plena e total aceitação do entrevistado. Portanto, trazer para o chamado âmbito interno do movimento espírita tal discussão, como reivindicam alguns, é não só falha de avaliação como, também, tremenda estultícia e ardilosa forma de esconder a verdade em prol da manutenção de um poder de dominação. O mundo reclama, cada vez mais, luz, e não sombras.

    (continua)

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  10. (2)
    É preciso relembrar, dadas as circunstâncias, que Divaldo é um ser humano e não um santo. Como tal, e como qualquer pessoa, está sujeito aos erros e aos acertos, aos sonhos e às decepções, aos desejos e às ilusões. É preciso mantê-lo no chão da Terra, para não nos precipitarmos com ele nos desfiladeiros da amargura. Parodiando Herculano Pires, acreditá-lo perfeito é prestar um desserviço ao médium e à obra espírita. Colocá-lo numa redoma na ilusão de protegê-lo será retirar o homem do mundo onde suas experiências evolutivas acontecem, privando-o do essencial para sua caminhada. Nesse aspecto, Divaldo e Chico se assemelham. Acreditar que tudo o que Divaldo faz e diz segue orientação dos espíritos superiores é demonstrar total ignorância dos mecanismos da mediunidade contidos na obra de Kardec.

    A questão da criticada “ideologia do gênero”, cuja opinião gerou este debate, é um tema muito próximo de Divaldo, dadas as suas escolhas de vida, tal como era para Chico Xavier, para Paulo de Tarso e de forma geral alcança os seres humanos de toda ordem. Precisa ser enfrentada com franqueza e objetividade, longe dos entraves dos preconceitos. A escolha de uma vida ascética não implica a abdicação da questão sexual; implica num modo específico de enfrentar o problema na sua condição singular, pessoal, inerente à escolha.

    O outro aspecto da crítica diz respeito a uma questão política: a menção à “República de Curitiba”, o modo como se refere ao Juiz de Direito, Moro, e a importância dada ao fato. Trata-se, evidentemente, de uma opinião pessoal, de uma postura individual frente a um tema que está na pauta da sociedade brasileira e que, de forma alguma, pode ser confundida com o que pensa o Espiritismo enquanto doutrina. Evidentemente, há que ser considerado o peso que o indivíduo Divaldo empresta à opinião, quando a manifesta, e os meios pelos quais opina. Como opinião, entra no campo da interpretação, que é amplo, onde será apreciada pela audiência, podendo receber aplausos e opiniões contrárias, não sendo justo argumentar que o médium tem o direito de as manifestar e não pode ser contestado devido à sua longa folha de serviços prestadas. Pelo contrário, se um peso a folha de serviços oferece, é a de que ela por si deve e será preservada se a opinião contiver qualidade e requisitos de bom senso e responsabilidade. Do contrário, a própria opinião se encarrega de deslustrar, mesmo que parcialmente, a folha de serviços prestada e de nada adiantará os gritos daqueles que a aplaudem. A verdade, que sobressai da liberdade de pensamento e manifestação, cuida de elevar ou reduzir a folha de serviços.

    (continua)

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  11. (3)
    Por outro lado, estamos tratando de algo que está acima do bem e do mal: a verdade. Ninguém é dono dela e é por isto que ela entra na pauta da discussão, pois todos tentamos alcançá-la e o debate é um dos meios de a ela chegar. Ao manifestar-se publicamente, opinando sobre problemas sociais, políticos e outros, mesmo aqueles que derivam da doutrina espírita, Divaldo assume como homem a responsabilidade pelas consequências. E, saiba-se, há muito Divaldo optou por agir e participar socialmente na condição de indivíduo, e não apenas como médium. Essa separação, conquanto meramente teórica, pois não se pode ter clareza de quando Divaldo é apenas médium, líder ou quando age simplesmente como ser humano, serve, no entanto, para distinguir as parcelas que correspondem a cada um. Quando escreve e assina o próprio nome nas colunas dos jornais, quando responde a entrevistas jornalísticas, quando se pronuncia nas tribunas temos o homem assumindo individualmente as consequências de suas opiniões. Quando assina o nome de espíritos como autores de suas páginas escritas ou de suas falas e mensagens, temos o médium em sua ação, sustentado pelo homem Divaldo, que afinal é o responsável verdadeiro. De tudo o que fez devido à trajetória e aos atos que lhe conferem, inegavelmente, certa autoridade, temos o líder espírita aceito e reconhecido por considerável parcela da sociedade.

    Quando Divaldo decidiu participar socialmente como qualquer indivíduo, expôs que não estava contente em aparecer apenas como intérprete dos espíritos, como a dizer que é um sujeito no pleno exercício de suas faculdades e de sua liberdade. Muitos médiuns seguiram por esse caminho. Alguns acabaram por abandonar as atividades mediúnicas, outros apenas a diminuíram e outros mais voltaram atrás e aumentaram o percentual de participação mediúnica. Até aí, nada de mais nem de surpreendente. Muitos médiuns reagem a essa situação, de parecer que pertencem aos espíritos, que só fazem o que eles querem, pois se vêm como indivíduos normais com todos os seus direitos e deveres. Conhecem suas capacidades, anseiam por colaborar com sua parcela pessoal nos acontecimentos da vida e desejam ser reconhecidos também por isso. Eles, mais do que ninguém, sabem que o pertencimento total aos espíritos implicaria numa espécie de obsessão num grau excessivo, no que têm plena razão. E por tomarem a decisão de fazer esse recorte, estão decididos a responder por seus atos, não simplesmente como médiuns, mas individualmente e legalmente como homens, atores sociais. Resumindo: Divaldo quer reafirmar que é um ser pensante e não um instrumento dócil e facilmente manipulável, simplesmente. Este é o seu grito de independência, a reafirmação de sua autonomia individual.

    Ora, não há porque estranhar que o homem Divaldo seja tratado como qualquer outro quando age socialmente e emite suas opiniões, revelando seu modo de pensar, a maneira como interpreta os fatos sociais e políticos, econômicos e científicos, pois ele não é e não quer ser diferente de ninguém. Se age como ser mediúnico, também o faz como qualquer outro que alcança a consciência de suas conquistas reencarnatórias e sabe que a mediunidade é um fenômeno inerente ao ser humano, e não uma graça divina dada a alguns, apenas. Pois é ao homem consciente de si que as contestações são endereçadas. É a este Divaldo – e não à sua obra social – que se está dizendo não! Não concordamos com você quando se expressa sobre a “ideologia de gênero”, porque o que você diz não confere com a verdade nem tem similitude com o pensamento decorrente da obra de Allan Kardec. Não concordamos com você, Divaldo, quando se expressa sobre o juiz de direito que ficou famoso por combater a corrupção, pois este modo de pensar fere o modo de pensar de outros que também lutam pela ética plena na vida, os quais suspeitam da parcialidade da conduta e das decisões tomadas pelo referido juiz.

    (continua)

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  12. (4)Como se vê, não se nega ao orador baiano o direito de ter suas opiniões, mas reclama-se de um agir dele que não deixa claro que o pensamento é seu, pessoal, individual, e não expressa necessariamente o ensinamento espírita. Que com ele façam coro todos os que aceitam o seu modo de ver é normal, mas isso não pode ser motivo de lançar sobre os que discordam qualquer anátema, nem, sequer, de taxarem-nos de ideológicos como se isso fosse um mal em si, uma vez que o ser humano, cultural, é sempre ideológico e o próprio Divaldo, quando assume suas opções políticas comprova que é igual a todos os demais seres humanos.



    http://www.expedienteonline.com.br/divaldo-chico-direita-e-esquerda-onde-esta-o-centro/

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  13. "Eu pensei se publicava algo, mas essa pessoa que estou admirando profundamente, Dionne Freitas, escreveu um desabafo e crítica com tanto respeito, tanto coração aberto e CONHECIMENTO sobre o tema que merece ser compartilhado.

    Obrigado por traduzir o que eu sentia sobre o tema e toda essa polêmica."

    CARTA ABERTA A DIVALDO FRANCO

    Hoje vou falar sobre um assunto que não tem sido fácil para mim. Nunca pensei que ouviria tamanha falácia vinda de alguém que eu admirava tanto no meio espírita, hoje vou falar sobre Divaldo Franco.
    Primeiramente, gostaria de dizer que admiro muito o trabalho dele enquanto espírita, com suas inúmeras obras publicadas e seus inúmeros trabalhos de caridade, sim são exemplos a serem seguidos, e isso fez dele um dos médiuns Brasileiros mais respeitados da atualidade, por demonstrar verdadeiro amor ao próximo e exemplo de caridade, contudo isso não o faz santo e livre de erros, livre de equívocos e livre do que no meio espírita chamamos de "animismo", ou seja, quando colocamos nossa opinião pessoal acima do que os próprios espíritos ou que a doutrina espírita prega.

    A doutrina espírita tem como base o pilar trino: religião, filosofia e ciência, ou seja, devem estar em consonância para o desempenho singular da doutrina espírita, nenhuma deve estar acima da outra, e por isso, chamamos a fé espírita de uma fé raciocinada, e porque falo isso? Porque em seu comentários sobre "ideologia de gênero" e sobre transexualidade demonstrou total desconhecimento destas temáticas, e quando digo conhecimento digo conhecimento cientifico da coisa, um dos pilares da doutrina, não estou aqui dizendo que ele não pode errar, até porque ninguém sabe tudo, ou precisa saber de tudo, contudo quando nos colocamos para falar sobre algo que não conhecemos e não sabemos, no mínimo devemos ser honestos de dizer não sou capaz de opinar sobre algo que não conheço ou não estudo. Eu enquanto espiritualista (não espírita) e pesquisadora sobre a temática de gênero, sexualidade e sexo biológico, ficou evidente que durante a explanação do médium que o mesmo não estava conectado com a temática, tanto da parte cientifica do tema, quanto da própria parte filosófica e religiosa,no qual o espiritismo se estrutura.

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  14. Fica perceptível quando o mesmo trata do assunto como "ideologia de gênero" e não conceito de gênero, conceito esse estudado pelas ciências sociais e humanas e que visa a analise da percepção e das relações de gênero durantes a história humana e que nada tem haver com essa propaganda maciça e intensa realizada como estratégia política de seguimentos fundamentalistas para desqualificar os estudos de gênero, onde muitos que não conhecem a temática acabam caindo nesse discurso como o próprio Divaldo caiu. Outra percepção, é quando se trata de transexualidade ou percepção de gênero como algo sobre "imoralidade ímpar e alucinação psicológica da sociedade",a mesma nada tem haver com alucinação ou transtorno, o DSM 5 está ai para mostrar que é uma disforia de gênero, a OMS por meio de esclarecimento já pronunciou-se que a mesma se trata de uma incongruência de gênero baseado-se em estudos, e não transtorno como se pensou-se por muito tempo por falta de produção sobre, inclusive prevista para reformulação para o próximo Cid 11, dados não faltam inclusive de estudos biológicos sobre a transexualidade a ver uma incongruência entre o sexo físico e psíquico, onde inclusive é chamada de neurodiscondância de gênero. (Guillamon at all, 2017)
    No que tange a parte Filosófica e Religiosa, é que não se pensou em momento algum de modo filosófico ou mesmo religioso que atitudes como estas fazem todos os anos centenas de jovens transexuais, travestis ou mesmo com características biológicas intersexuais a serem expulsos de casa perdendo o apoio base para o enfrentamento do preconceito e da discriminação e os empurrando para rua, para prostituição, para baixa escolaridade e para falta de oportunidade trabalhista ocasionada pela falta de educação e pelo estigma da demonização da questão trans.

    Enfim, hoje estou decepcionada, com uma postura de um ser que fez e faz tanto bem para muitos, mas que por uma postura infeliz favorece ao desentendimento da questão da transexualidade, intersexualidade e qualquer característica de incongruência de gênero ou de sexo, condições que historicamente sofrem discriminações dentro dos meios religiosos que muitas vezes negam as próprias evidencias encontradas, os mesmos meios que deveriam acolher e não desqualificar seres humanos por nascerem diferentes, esses já tem uma carga emocional imensa a lidar socialmente, além de todos os problemas sociais que todos os humanos estão sujeitos nessa terra. Eu pensava que o espiritismo era a doutrina que mais se assemelhava aos inúmeros sermões de Jesus, até porque tive a oportunidade de estar no meio espírita, mas começo a pensar que não seja tanto assim, e isso serve para eu aprender a não colocar no pedestal ou mesmo criar expectativas em seres humanos.

    Eu Divaldo enquanto ser humano nascida transexual com características intersexuais, que me possibilitaram ao contrario da maioria das pessoas trans, uma transição tranqüila e com apoio da família, inclusive com apoio espiritual (nisso agradeço muito meu mentor), realidade completamente contraria as inúmeras pessoas trans e intersexuais desse país, não sei se isso vai chegar a você querido Divaldo, mas posso te dizer sinceramente que as conseqüências de sua fala afetará muito a vida de milhares de pessoas transexuais, travestis e intersexuais que procuram abrigo, refugio e apoio nas comunidades espíritas ou mesmo de outras denominações religiosas desse pais que o vêem como exemplo a ser seguido, pois aqueles que já tem o prazer desumano de nos desmoralizar vão se sentir representados e legitimados em fazer isso pela sua "simples fala".

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  15. Obs aos demais: O que mais me assusta nesse discurso falacioso de "ideologia de gênero" e sua total desconexão com o discurso que realmente é discutido nas ciências sociais, humanas e biológicas, e que fala que nós queremos mudar crianças, perverter crianças e transformar crianças e gays, trans e pessoas pervertidas e sem moral. Quando na verdade no que tange as pessoas trans o que propomos é o acolhimento dos casos de crianças trans (ou vocês acham que nós transexuais nascemos adultos) para uma transição sadia, tranqüila e humanizada, onde tudo que é feito é apoio psicossocial, e quando necessário o tratamento adequado em uma discussão entre médicos, país e principalmente a própria pessoa que vivencia isso, e possibilitar que pessoas intersexuais nascidas com genital ambígua tenham possibilidade de participar de seu tratamento e não serem mutiladas antes de poderem expressar sua identidade sexual e aquelas que apresentam "problemas" hormonais ou cromossômicos tenham acesso sobre seu "diagnostico" e podendo receber o tratamento de acordo com sua identidade sexual e não simplesmente hormonizados sem consentimento como acontece. Contudo eles ignoram existir, somos muitos [0,5% trans(the lancent 2015) e 1,7% intersexuais (Nature 2015] e queremos o mesmo respeito que vocês querem e o mesmo direito a qualidade de vida que qualquer cidadão merece."

    Volto a repetir que a colocação traduziu o que eu sentia sobre o tema e toda essa polêmica. Jo

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