sexta-feira, 24 de abril de 2009

Artigo: Guerras: como o Espiritismo explica? - I

Guerras: como o Espiritismo explica?
Uma vez mais a humanidade se vê sob a tensão de um novo conflito mundial. Ameaças proliferam a toda hora. O fio da racionalidade se estica a cada dia e pode se romper a qualquer momento. A tensão aumenta, fazendo com que muitos, à essa altura, cheguem a duvidar de uma solução obtida por meios diplomáticos. Um novo conflito de proporções e conseqüências imprevisíveis se desenha no cenário sombrio do Planeta, atemorizando a todos. E o Espiritismo, o que pode nos dizer a respeito? Como Doutrina filosófica, de bases científicas e conseqüências morais, o Espiritismo se relaciona com tudo o que diz respeito ao nosso processo existencial, pois objetiva contribuir para o progresso da humanidade, tornando-a melhor.

Allan Kardec tratou do tema na parte terceira do Livro dos Espíritos, que reservou para o ensinamento dos Espíritos a respeito das Leis Morais. No capítulo referente à Lei de Destruição, a guerra foi arrolada pelos Espíritos como um de seus agentes. Indagados sobre a sua causa, os orientadores espirituais afirmaram que é conseqüência da predominância da natureza animal do homem sobre a espiritual e do transbordamento de suas paixões. Esclarecem, ainda, que Deus permite que assim aconteça para propiciar ao homem a oportunidade de uma evolução mais rápida, no sentido de atingir a liberdade e o progresso.

Temos aí, portanto, pelo ensinamento da Espiritualidade, um diagnóstico das causas desse mal. Ensinam, também, os benfeitores espirituais que, no estado de barbaria, os povos somente conhecem o direito dos mais fortes, daí vivenciarem um estado de guerra permanente, que vai se modificando à medida que o homem progride. Fica-nos, então, um questionamento: da época da revelação dos Espíritos até os dias de hoje, decorridos quase cento e cinquenta anos, não terá a humanidade progredido o suficiente para evitá-la?

A explicação vamos encontrar mais adiante, no capítulo que estuda a Lei do Progresso. Lá encontramos que o progresso possui duas vertentes: a moral e a intelectual. Vemos mais: que o progresso moral decorre do intelectual, que faz o homem compreender a diferença entre o bem e o mal. Enquanto não desenvolve o senso moral, o progresso intelectual é utilizado para a prática do mal, servindo-lhe de instrumento.

Não há como deixar de reconhecer o quanto a humanidade progrediu em termos científicos e tecnológicos, trazendo condições de vida mais seguras e confortáveis a muitos. Todavia, o progresso moral, como disseram os Espíritos, é sempre mais demorado e não consegue acompanhar o avanço da inteligência. Se compararmos com a situação vivenciada há alguns milênios, é claro que a humanidade progrediu também moralmente. Naquelas priscas eras, uma verdadeira selva reinava na face do planeta. O estado de barbaria então vigente é testemunhado em várias obras psicografadas pelos que o viveram, dentre quais podemos destacar as que compõem a chamada "série histórica" de Emmanuel. Naquela época, o direito à vida não era minimamente respeitado e matava-se por tudo e por qualquer coisa.
(continua)
(Sérgio Rodrigues é membro das Equipes do CVDEE e do Espiritismo.Net)

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