domingo, 19 de abril de 2009

Mensagem ao Jovem: ORAÇÃO E NÓS

Cara, você pergunta porque rezar e pensar em Deus e quando é que a pessoa deve fazer isso. Compreendi as graçolas da embalagem com que você envolveu a indagação. Mas o seu assunto é sesquipedal e não posso calçar as suas milongas com mandolina e correr com elas pras cucuias. Ponha graxa na sua cuca, antes de colocar os seus pensamentos pra jambrar e ouça lá. Imagine você sem micha de grana. Você pode esbuguelar-se, xingando a vida e atirar uma brasa pra cima de qualquer Governo, mas precisará sempre da nota que o Governo garante. Pois olhe. A comparação é de mocorongo porque de religião estou de bulhufas, mas não adianta você largar a idéia de Deus, porque a idéia de Deus não larga ninguém. É isso aí. Até parece o tutu. Sem ele no bolso é fossa na zula. E quanto a rezar, tenho aprendido por aqui que a oração é a fronteira que separa os bichos da cidade dos bichos do mato. E a gente faz isso muito mais pra evitar bananosa que pra pedir maré mansa. Se você quer mesmo sacolejar a moringa, pense nas jogadas perigosas que tentarei tirar aqui no caprichado. Quando você estiver diante de alguém que goste de onda careca, dessas que atiram qualquer pessoa no centro de brejo; se topa alguma carveira cheia convidando a você para uma golada; se algum cupincha pede a você para dar uma experimentada na erva de início, numa hora em que você ficar doido da vida querendo escrachar algum escamoso; se alguém patoludo chamar você para escafeder-se pela tubulação, buscando guinchar a nota alta; e quando você sentir o impulso de dar a louca pra cima de gurias e longilinhas, especialistas em toques de embalo, você corra pra algum lugar e reze como souber ou repita as orações que aprendeu no colo da mamãe, porque sem essa vacina, você entrará em puas na certa e, em vez de ficar na proteção de Deus, você talvez terá pela frente o socorro de majuras pra ficar instalado em pensão do Governo, não se sabe até quando. O negócio é esse aí. Que eu falei, falei, mas você somente acreditará se quiser.

(Francisco Cândido Xavier por Augusto Cezar Netto. In: Falou e Disse)

(Fonte: Universo Espírita)

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