segunda-feira, 20 de abril de 2009

Notícia: Inca quer fim do cigarro com sabor.

Maior parte dos consumidores é jovem e optou pela marca por ter produto flavorizado, segundo pesquisa. - Fabiana Cimieri, RIO.

Pesquisa inédita realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) alerta que a maioria dos consumidores de cigarros no Brasil é jovem e que, daqueles que fumam regularmente, 44% já utilizaram cigarros com sabores, ou flavorizados, 5% deles habitualmente - situação que levou o órgão a passar a defender a proibição desses cigarros no País.

"Os jovens têm uma ideia, vendida pela propaganda, de que o cigarro de menta, de cravo, é mais natural. Existem hoje países, como os Estados Unidos, que estão no processo de proibir. O estudo do Inca chegou à mesma conclusão", disse ao Estado a coordenadora do Programa Nacional de Controle do Tabagismo do Ministério da Saúde/Inca, Tânia Cavalcante.

No início do mês, uma comissão da Câmara dos Deputados norte-americana deu parecer favorável a uma lei que proíbe a comercialização de cigarros flavorizados. A medida deve ser votada em plenário neste ano e tem o apoio dos democratas e do presidente Barack Obama.

No Brasil, a prevalência de fumantes na população caiu de 34,2%, em 1989, para 22,4% em 2003. Mas, segundo o novo trabalho do Inca, dos 23 milhões de fumantes brasileiros, apenas 7 milhões têm mais de 30 anos.

O estudo cita ainda uma pesquisa global aplicada em 13 mil estudantes entre 13 e 15 anos, de 170 escolas públicas e privadas de 10 capitais brasileiras, que indicou que 11,7% deles fumam regularmente. Ao analisar as razões que levaram o adolescente a escolher sua marca de cigarro, 52% dos que fumam os flavorizados apontaram o sabor como principal motivo.

As pesquisadoras do instituto Valeska Figueiredo, Letícia Casado e Ana Lúcia Mendonça apresentaram o estudo na 14ª Conferência Mundial em Tabaco, no início do mês, na Índia.

OPINIÃO

Tânia CavalcanteCoordenadora do Programa Nacional de Controle do Tabagismo"Os jovens têm uma ideia, vendida por meio da propaganda, de que o cigarro de menta, de cravo, é mais natural. Existem hoje países que estão no processo de proibir".

Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090322/not_imp342737,0.php

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COMENTÁRIO:
Durante a adolescência o jovem atravessa um enorme turbilhão de emoções, desejos e ansiedades. Procura a sua identidade, a sua afirmação pessoal, sofre pela insegurança, busca o seu corpo em permanente mutação, faz exigências e contraria a autoridade, afirma a sua vontade de compreender, refuta o que está estabelecido para melhor iniciar e construir. Tudo isto cria uma predisposição natural pelo risco e uma necessidade de afirmação perante a sociedade e perante si mesmo. Essa necessidade de afirmação e o medo de não serem aceites, empurra alguns jovens para uma despersonalização do seu caráter, desistindo da sua criatividade e da ousadia de se destacarem pela originalidade de pensamento, atitude e vivência própria. Preferem o caminho mais simples de colagem comportamental às suas referências, procurando igualar-se àqueles com que se identificam em gostos e tendências, seguindo os mesmos gestos, comportamentos, tiques e vícios.
Ao contrário de outros tempos em que o consumo de tabaco era incentivado através de anúncios publicitários que criavam a ilusão de que fumar era um ato de afirmação pessoal e social, hoje são por demais conhecidos e publicados estudos demonstrativos dos malefícios que o tabaco provoca no organismo. A venda de tabaco flavorizado (com sabores), é uma aposta clara das tabaqueiras no segmento de mercado dos jovens, criando um produto atrativo, muitas vezes com embalagens diferenciadas, sabendo que é na juventude que maioritariamente o consumo se inicia, consolida e se torna um vício muito difícil de largar.
Vamos esquecer a atitude pouco ética de colocar sabores aprazíveis num produto que provoca tantos malefícios e dependências e vamos centrar a nossa análise na necessidade de proibir ou não a sua comercialização. As proibições servem para defender os cidadãos e contornar um deficiente défice evolutivo da sociedade. Se no mundo em que vivemos ainda precisamos de proibições é porque na maior parte das ocasiões o interesse individual suplanta em muito o interesse comunitário. Por isso as leis do Homem se modificam constantemente ao contrário das Leis de Deus que são imutáveis, como nos refere a resposta à questão 616 de “O Livro dos Espíritos”:
“Deus não se engana; os homens é que são obrigados a modificar as suas leis, que são imperfeitas, mas as leis de Deus são perfeitas. A harmonia que regula o universo material e o universo moral se funda nas leis que Deus estabeleceu por toda a eternidade.”
Proibir a venda destes produtos, especialmente aos jovens, seria uma atitude de bom senso que teria como objetivo a sua proteção. Mas os jovens não podem se esquecer da sua responsabilidade individual, nem usar essa juventude como um escudo para as sucessivas tropelias que cometem. Hoje existe uma grande quantidade de informação disponível sobre as graves consequências que o tabaco tem no corpo físico, e esse corpo, apesar de temporário e perecível, é um instrumento precioso e fundamental para que possamos evoluir e aprender. Merece pois, o corpo material, todo o nosso cuidado e atenção, para que não o transformemos com o tempo numa ferramenta desajustada.
(Comentário por: Carlos Miguel Pereira. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Caridade por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.Net)

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