domingo, 2 de abril de 2017

Mural reflexivo: Pessoas que nos surpreendem


Pessoas que nos surpreendem
 

     Numa época em que ouvimos falar tanto de vazio existencial, de desassossego íntimo; numa época em que nunca houve tanta busca e tanta oferta de livros de autoajuda;

     numa época em que as pessoas se mostram desalentadas e sem esperança, é de nos perguntarmos:

     O que está acontecendo com esta Humanidade? O que ocorre com tanta gente, que se diz insatisfeita, que procura algo que lhe preencha a vida sem parecer encontrar?

     Alguns apontarão naturalmente, de imediato, a falta de Deus nas vidas humanas. E isso é verdade.

     A falta de fé, de esperança em dias melhores, da visão de um mundo à frente, que se delineia, entre as brumas de um mundo que agoniza: um mundo de corrupção, de guerras, de violência.

     Um mundo que tenta, em vão, mostrar que tem força, enquanto estabelece seus últimos combates sobre a face de uma Terra, que anseia por paz, tranquilidade para todos os cidadãos.

     Uma Terra de menos desigualdades sociais, de mais solidariedade. Onde bandeiras que já foram agitadas e continuam a ser carregadas pelos corações idealistas ainda mostram suas cores vivas: Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Ordem e Progresso.

     Uma Terra renovada...

     Contudo, ao lado desses itens de importância, algo mais sobressai: a vontade do homem de lutar e vencer, apesar de todas as circunstâncias em contrário.

     São para lições dessa natureza que devemos voltar os nossos olhos.

     Recordamos de Maurício Tchopi Dumbo, vinte e cinco anos de idade, deficiente visual.

     Alfabetizado somente aos onze anos, ao chegar ao Brasil, graças a um financiamento do governo de Angola. O pai, soldado que lutava na guerra civil de seu país, morreu.

     Maurício deixou para trás mãe e cinco irmãos e veio ao Brasil, começando do zero.

     Concluiu a graduação em Direito e iniciou um curso de Pós-Graduação em Direito Processual Civil.

     Ao ser suspenso o suporte financeiro, ele teria que retornar para o país de origem.

     Não desistiu. Conseguiu uma bolsa em uma Universidade particular e ingressou como estagiário no Tribunal de Justiça do Paraná.

     Naturalizado brasileiro, foi convocado para integrar a seleção brasileira de futebol de salão, nas Paralimpíadas do Rio 2016.

     Foi eleito o melhor jogador do Brasileirão 2015 de futebol de salão para pessoas com deficiência visual.

     Exemplo de superação, entre outros desafios, Maurício faz diariamente, sozinho, quatro viagens de ônibus para o deslocamento entre sua casa, o estágio e a faculdade.

     Para as aulas e a atividade profissional, utiliza um programa de computador para transformar em áudio o material escrito.

     Para ele, não há dias sombrios. Sua face estampa sempre um sorriso.

     E continua sonhando alto. Deseja ser juiz e pretende trazer sua mãe, que trabalha como diarista em Angola, para Curitiba.

     Para lhe dar uma vida melhor, afirma ele.

     Maurício é um exemplo de vontade, de perseverança, de luta.

     Um exemplo que nos diz que além de Deus, o que precisa o homem para viver, para espantar as suas sombras, é sonhar e com vontade perseguir a concretização dos seus sonhos.

 

     Redação do Momento Espírita, com dados  colhidos no site www.tjpr.jus.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário