terça-feira, 16 de maio de 2017

Richard Simonetti: Amor de Provação

01 –  O que significa o “Amor de Provação”, título de seu 60º livro, publicado pela Editora Ceac?A ideia foi resumir o romance no título, falando de um casal submetido à provação de sentir intenso amor, impossível de ser realizado, em virtude de seus compromissos cármicos.

02 – Qual a origem de um amor de provação?Geralmente nos desvios do passado. Digamos que em vida anterior, para ficarem juntos, amantes comprometeram-se em desatinos variados, tipo abandonar cônjuge e filhos, mentir, trair, cometer crimes… A experiência tem função educativa, com o princípio de que não podemos construir nossa felicidade em cima da infelicidade alheia.
 
03  – É comum uma situação dessa natureza? A provação de não poder consumar uma ligação amorosa?Acontece com frequência. Na história de muitas pessoas há, não raro, o drama de um amor não realizado. Amam-se muito, mas por circunstâncias alheias à sua vontade, não podem ficar juntas. Há sempre algo do passado na origem dessas situações.
 
04 – A Doutrina Espírita nos fala que o Espírito encarnado pode estar em provação ou expiação. Qual a diferença entre essas duas situações?No amor de provação, seria a impossibilidade de realizar uma união entre almas afins, em virtude da escolha de ambos, objetivando resgate do passado. Num amor de expiação seria essa mesma situação imposta pela justiça divina, contrariando a vontade do casal.
 
05 – Ao que parece, o amor de expiação seria mais complicado?Sim, porque é menos problemático cumprir o que planejamos do que cumprir o que planejam para nós. Geralmente é num amor de expiação, que vemos alguém deixar um casamento para ficar com o ser amado.
 
06 –  Dizem que quando alguém encontra sua alma gêmea, o Espírito ao qual está ligado há milênios, nos domínios do amor, a atração é irresistível. A pessoa abandona tudo para ficar com a alma gêmea…

Em primeiro lugar é preciso lembrar, que almas gêmeas, no sentido que se atribui ao vocábulo, Espíritos criados juntos que devam unir-se para sempre, não existem. Não somos criados aos pares, nem precisamos estar unidos a alguém para nos realizarmos como filhos de Deus. Quanto à atração irresistível, é apenas uma maneira de justificar o delito do adultério. Nenhum sentimento vicioso ou desajustado será irresistível para aquele que cumpre o orai e vigiai recomendado por Jesus.
 
07 – Qual a diferença entre o amor e a paixão?A paixão situa-se no domínio dos instintos, procura apenas a autoafirmação, o prazer a qualquer preço, sem perspectivas além da hora presente, sem intenções mais sérias. O amor, pelo contrário, situa-se nos domínios do sentimento, realiza-se com o bem que possa oferecer ao ser amado. Exemplo maior está no amor de mãe que tem no bem do filho, “espelho em que se mira admirada, luz que lhe põe nos olhos novo brilho”, como ressalta Coelho Neto.
 
08 – Pode o amor converter-se em paixão?Sim, com frequência, quando aquele que ama envolve-se com a fantasia, pensamento voltado para a sensualidade, o prazer sexual. O anseio de comunhão das almas pode ser substituído aqui pelo anseio de comunhão dos corpos. É o instinto falando alto. O adultério é eminentemente originário da paixão.
 
Richard Simonetti

Nenhum comentário:

Postar um comentário