sábado, 7 de fevereiro de 2009

Desculpas que usamos: "Se fosse comigo, faria de outra maneira."



Nós temos mania de julgar o que os outros fazem, dizendo como seria a nossa maneira de fazer.
A Doutrina Espírita nos mostra a maravilha que somos, como seres individuais, com a nossa liberdade de escolha, com a nossa responsabilidade diante dos nossos atos e principalmente com a bagagem que trazemos das nossas diversas reencarnações!
Então, nós somos seres vividos, com mil emoções, mil experiências, só que não podemos continuar nos colocando no lugar do outro, dizendo como faríamos, porque nós estamos precisando hoje de pensar realmente no que nós fazemos. Por quê?
Porque o outro sente diferente a sua dor, o outro sente diferente a sua surpresa, o seu desgosto, a sua frustração. Cada um tem seu momento de amadurecimento, cada um vai se preparando à sua maneira e tem a sua forma de reagir e agir a determinado tipo de circunstância. Portanto, deveríamos mudar esta frase – se fosse comigo, faria de outra maneira – pensando no outro lado da questão, de forma mais humana, mais fraterna. Deveríamos analisar – o que será que ele sentiu quando agiu daquela maneira? Porque, assim, estaremos tentando entender as emoções do outro, na sua maneira de receber o impacto de determinado tipo de situação vivida.
Nós vamos tentar conhecer o outro e, conhecendo-o, estaremos conhecendo a nós mesmos e daí a pensar de fato como é que nós teríamos feito. É fácil dizermos – se fosse comigo, faria de outra maneira – eu seria mais tolerante, eu seria mais responsável, eu seria mais amigo, eu seria mais fiel... Mas, do falar ao agir, tem uma enorme distância... Tem a distância da dor que é do outro, tem a distância do ângulo de visão do outro, tem a distância da sua história de vida, que não será jamais a nossa.
Continuamos julgando e dizendo como faríamos no lugar do outro, mas deveríamos pensar no como fazemos no nosso próprio lugar - vamos nos ver na nossa vida, como agimos? Diante da nossa família, como agimos? Diante dos nossos amigos, como agimos? Na escola, como agimos? Por que agimos assim?
Se soubermos como agimos, porque agimos e com qual objetivo agimos, assumimos nossas ações, compreendemos nossos equívocos, seremos capazes de nos perdoar e estaremos sabendo realmente o que a Doutrina Espírita nos ensina, a renovação interior, analisando cada atitude, transformando e renovando.
Portanto, diante de uma circunstância que o outro viveu, vamos ser indulgentes, aceitar qualquer atitude, respeitar, porque na realidade não podemos saber como agir na situação do outro, enquanto devemos ser mais vigilantes com as nossas próprias ações.
- “Como você faria, se estivesse no meu lugar” - perguntou-me uma cara amiga. E eu lhe respondi: - “Exatamente como você!”.

(Fernanda Belotti é membro da Equipe Espiritismo.net, atuando nas áreas de atendimento fraterno e setor da infância e juventude)

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